quarta-feira, 2 de abril de 2014

Tecnologias móveis no varejo: celulares, tablets e agora os "wearables"



(por Sergio Kulpas)

O consumidor moderno está cada vez mais equipado com aparelhos leves, portáteis e integrados. Os celulares evoluíram para se tornarem ferramentas extremamente úteis para as compras, verdadeiros "canivetes suíços", com dezenas de funções. As lojas e marcas logo perceberam que esses novos equipamentos não poderiam ser tratados como ameaças, mas como grandes aliados do varejo.

Uma imensa variedade de aplicativos para celulares e tablets surgiu nos últimos anos para causar impacto no mercado varejista. Existem duas categorias principais nesses apps de varejo: aqueles criados por empresas independentes (ou até por usuários) e aqueles desenvolvidos pelos próprios varejistas. Há muitos pontos em comum entre as duas correntes, mas o principal é ampliar e melhorar a experiência de compra dos consumidores. Tecnologias que facilitam a localização de lojas, permitem a visualização de diferentes modelos de um mesmo produto, comparação de preços e alertas de promoções e liquidações são muito bem recebidas pelos consumidores -- o que aumenta o retorno à loja física e a fidelização do cliente em diversas plataformas de consumo.

A novidade tecnológica é o uso de aparelhos "wearable", ou "vestíveis", como uma ferramenta do varejo. Esses novos aparelhos são óculos como o Google Glass (e outros modelos em desenvolvimento por empresas de tecnologia), relógios de pulso e outros gadgets que ficam presos ao corpo, usados como adereços de moda. O detalhe é que esses adereços são máquinas digitais com alta capacidade de processamento, conexão wi-fi com a internet e GPS. São de fato "computadores vestíveis".
O conceito de "computador vestível" não é exatamente novo, experimentos são feitos desde o final dos anos 1980. Mas os protótipos eram muito pesados e deselegantes, exigindo até uma bateria separada para manter o funcionamento do sistema. Os novos "wearables" são extremamente leves, com longa autonomia de bateria e estão sendo criados com design atraente. São objetos de desejo, como os modelos mais sofisticados de smartphones e tablets.

E como esses "wearables" podem ser úteis para os varejistas? Podemos imaginar um consumidor usando um "smart glass" ou um "smart watch" entrando em uma loja, e os aplicativos da loja já instalados no aparelho detectam a presença daquela pessoa em particular. Os óculos inteligentes podem então projetar imagens de ofertas personalizadas, acessar o histórico de compras do cliente e oferecer cupons de descontos para itens similares, e até oferecer um vale-café no Starbucks mais próximo. O relógio de pulso pode indicar com avisos sonoros e imagens uma série de produtos de interesse. As possibilidades de uso para aparelhos como esses pelo comércio são praticamente ilimitadas.

A tecnologia dos wearables tem grande potencial para registrar dados comerciais importantes. Como os aplicativos de celulares e tablets, os aparelhos "vestíveis" permite que o varejista saiba sobre os interesses do cliente. Com os óculos inteligentes, por exemplo, a loja pode saber o que atrai o olhar do consumidor, quanto tempo ele ou ela passa escolhendo mercadorias, os estilos, tamanhos, modelos etc.

E, num futuro próximo, esses óculos e relógios inteligentes podem ser a peça tecnológica essencial para os pagamentos sem dinheiro ou cartão. Objetos personalizados, com identificação única, que poderão ser usados na hora de pagar pelas compras, bastando ao cliente aproximar-se do caixa, através das tecnologias de proximidade, como a NFC ("near field communication") ou o Bluetooth de baixa energia. Várias lojas dos EUA já estão fazendo testes com esse tipo de pagamento "vestível".






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