segunda-feira, 31 de maio de 2010

McDonald's passa por processo de "reimagem" no Brasil

Reporta Daniela Dahrouge, no Propaganda & Marketing, que a rede de lanchonetes que por anos era reconhecida de longe pelo visual de suas unidades, agora passa por mudanças em sua apresentação. O lema mundial é testar padrões, sem ficar amarrado a conceitos. Segundo Mauro Multedo, VP de marketing do McDonald’s no Brasil, a única meta preestabelecida é dar ao ambiente ares de restaurante. Objetivo é abandonar aos poucos o rótulo de fast-food.
Multedo disse que no Brasil, a unidade da Avenida Bandeirantes (São Paulo) antecipa esse conceito no País.   "A gente era uma lanchonete que queria ser chamada de fast-food, agora a gente é um fast-food que quer ser visto como restaurante. Queremos apresentar um ambiente familiar, no qual as pessoas se sintam à vontade, sem abrir mão dos preços acessíveis e da qualidade. Tudo tem que ser pensado para o cliente. Agora vamos reformar a unidade da Henrique Schaumann (São Paulo), que é uma flagship da rede e já vai ter outra proposta. Estamos testando padrões no mundo inteiro", disse o executivo.
Multedo disse que a rede tem uma previsão de reformar 17 restaurantes este ano. A rede chama esse projeto de “reimagem”. Mas não há um padrão.  A decoração interna, por exemplo, vai mudar mais que a parte externa.
Falando sobre a concorrência com redes como Burger King e Subway, Multedo disse que " O mercado de alimentação tende a ficar mais diversificado, isso é fato. O McDonald’s vai procurar fórmulas de estar cada vez mais próximo de seus clientes e de seus potenciais clientes. Mas todas as demais empresas vão fazer a mesma coisa. Então o futuro vai depender  de você estar mais próximo, ser melhor reconhecido, ter alimentos de contato mais presente. A vantagem é de a gente ter estabelecido um paradigma de mercado, mas esse é o ônus de quem está na liderança. Eu não estou em um negócio de dizer não ao meu cliente. Certamente estou em um negócio de dizer não à concorrência. Acho que vai dar uma briga boa."

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Rede Target moderniza atendimento e investe em m-commerce

Segundo nota do Retail InfoSystems, a rede Target anunciou uma série de projetos ambiciosos para modernizar suas operações. A rede registrou alta de 5,5% nas vendas no último trimestre, e agora quer investir na modernização do atendimento ao consumidor.
A rede vai dar destaque para o m-commerce. Segundo dados da Nielsen, a Target é a rede multi-marcas com o maior crescimento em iniciativas de comércio via aparelhos móveis nos EUA. Em março deste ano, as lojas da rede começaram a oferecer a opção de escaneamento de ofertas nos caixas. Essa tecnologia permite que os clientes escaneiem códigos de barras em vale-presentes e cupons com seus celulares, para obter descontos na hora de pagar. Em abril, a rede lançou um sistema que permite a criação de listas de compras automáticas com o celular. O aplicativo da Target para o iPhone permite que os consumidores escaneiem itens em lojas e vejam preços comparativos, resenhas e opções de modelos -- e se o item procurado estiver em falta naquela loja, o aplicativo informa a loja mais próxima onde o produto pode ser encontrado.
Mais recentemente, a empresa começou a desenvolver novas ferramentas de compras para aparelhos móveis que vão facilitar as compras dos consumidores, criando listas baseadas em número de pessoas na família e orçamento disponível.
A Target também está testando um novo programa de fidelidade com cartões de crédito em Kansas City e San Antonio, no Texas. O sistema dá 5% de desconto em todos os itens na hora de pagar. O teste tem mostrado um aumento no número de compras com os cartões de crédito.
A rede completou no último trimestre a renovação de 96 lojas em 13 mercados como parte de um amplo processo de remodelação. Segundo Gregg Steinhafel, CEO da Target, esse processo está bastante acelerado. A renovação atinge os setores de produtos para o lar, cosméticos, eletrônicos, videogames e calçados. A Target planeja atingir mais de 450 lojas este ano com esse processo de renovação, que muda o layout e a apresentação de várias seções.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Bar combina online e offline para promover encontros

Os bares MiWorld, na África do Sul, combinam o espaço físico com tecnologias de internet para facilitar as conversas e paqueras entre clientes. Para frequentar os bares, os consumidores precisam receber um convite, que inclui um código secreto que funciona como registro online. Com o registro, o cliente pode escolher entre dois endereços em áreas badaladas de Johanneburgo: o MiBar Martini e o MiLounge Martini. Em agosto, deve ser lançado o MiCafe. Há ainda os MiEvents, festas promovidas em diversos locais.
Os frequentadores precisam se logar na entrada -- dentro do bar, telas nas mesas apresentam o menu, um calendário de eventos, informam sobre os outros frequentadores e permitem a comunicação entre pessoas, tanto no próprio bar como em outros locais.
O conceito foi criado pela empresa sul-africana LiquidChefs.

Sears passa por grande transformação nos EUA

Segundo nota do Retail InfoSystems, a rede Sears anunciou um projeto de completa transformação de seus negócios, com destaque para um grande investimento na presença online e uma redução no número de lojas de cimento e tijolo.
Segundo Edward Lampert, presidente e maior acionista da Sears Holdings, a transformação deve tornar a rede "irreconhecível" para quem a conheceu há 30 anos. O maior foco do investimento será na Web, que incluirá um site de negócios imobiliários, com quase 4.000 propriedades do grupo para aluguel ou venda. A lista de imóveis inclui lojas, espaços comerciais em shoppings e estacionamentos em vários estados dos EUA.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Chocolateria inglesa convida os clientes a comprar ações -- resgatáveis em chocolate

A rede inglesa de chocolaterias Hotel Chocolat, que tem 40 lojas no Reino Unido, EUA e Oriente Médio, quer expandir suas operações. Para isso, em vez de buscar grandes investidores ou empréstimos bancários, a rede está convidando seus consumidores a comprar ações da loja. O detalhe é que os dividendos são caixas de chocolates.
As ações "Chocolate Bond" terão duas categorias, e ambas vão garantir entregas mensais de caixas de chocolates especiais para os acionistas. Os compradores da categoria de 2.000 libras vão receber 6 caixas de chocolates especiais por ano, no valor de 107,70 libras.  Os que comprarem o pacote de 4.000 libras vão receber 13 caixas, valendo 233,35 libras. Depois de um período inicial de três anos, e a cada aniversário do investimento, os acionistas podem optar por receber o valor total em dinheiro. Se decidirem manter as ações, as caixas de chocolate continuarão chegando pelo correio.
Apesar da ideia ser inovadora, a empresa já tem experiência com a logística -- ela já mantém um clube de degustação com mais de 100.000 membros, que recebem amostras de chocolates em casa. A Hotel Chocolat infoma que o dinheiro será usado para ampliar a fábrica na Inglaterra, e abrir novas lojas pelo mundo.

Oi Paggo lançará transferência financeira para celulares

Reporta Fernando Paiva, no Teletime News, que o uso do celular para realização de transferências financeiras entre usuários tem ganhado força em países emergentes, especialmente na África e na Ásia. No Brasil, nenhum banco ou operadora móvel lançou esse serviço ainda. Quem está disposta a sair na frente é a Oi Paggo: a empresa promete disponibilizar o serviço no segundo semestre. Ele será uma funcionalidade do "Oi Paggo Débito", que permitirá aos usuários da Oi depositar e sacar dinheiro atrelado a uma conta pessoal do cartão. Para tanto, a Oi pretende fechar parceria com alguma rede de correspondentes bancários, como lotéricas ou Correios, complementada pela rede de postos de recargas da Oi e alguns lojistas: eles serão responsáveis por receber e entregar o dinheiro aos clientes. O serviço terá limites de transações por mês e de valor por transação, ainda não definidos. O modelo de negócios deve seguir o mesmo utilizado em outros países, com cobrança de uma pequena taxa por cada transferência realizada.
A Oi Paggo lançará também o "Oi Paggo Recarga", serviço de micro-crédito para recargas da Oi. O limite deve ser de até R$ 50 por mês e poderá ser oferecido a pessoas com situação de crédito menos robusta, pois o valor não é tão alto. Na prática, o serviço torna o usuário pré-pago em um pós-pago. A Oi estima que os assinantes que utilizarem o "Oi Paggo recarga" aumentarão, em média, 30% suas recargas mensais. Por fim, a Oi Paggo criará, também no segundo semestre, um plano de fidelidade, batizado de "Paggue e fale". Para cada R$ 10 gastos com o cartão, R$ 1 será dado de bônus em ligações.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Amazon lança nova WebStore para varejistas

O site de e-commerce anunciou na segunda-feira o lançamento da nova versão da Amazon WebStore, que promete mais funções e maior controle para os clientes. Segundo a nova empresa, a nova versão da plataforma de e-commerce é mais flexível e mais acessível para varejistas de pequeno e médio portes, além de ser um canal de vendas e distribuição online para fabricantes.
Segundo Scott Pulsipher, diretor da WebStore, a nova versão torna mais simples as tarefas de criar e operar um serviço de e-commerce de alcance mundial, usando a infraestrutura da Amazon.com.
Segundo a empresa, os serviços da WebStore estão disponíveis a partir de 0,7% das vendas e US$ 9,99 por mês, desde que o cliente opte pelos serviços completos oferecidos pela Amazon aos varejistas. A empresa também oferece processamento de pagamentos e proteção contra fraudes (a partir de 1,9% e US$ 0,30 por transação).

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Brasileiro inseguro com transações financeiras via web

Segundo nota do TI Inside, mesmo satisfeita com o comércio eletrônico, a maioria dos brasileiros ainda se sente insegura para realizar transações financeiras on-line, especificamente em relação ao vazamento de informações de seus cartões bancários na web. Segundo levantamento da Unisys, feito em abril deste ano, 51% dos brasileiros disseram estar "seriamente preocupados" com suas transações financeiras on-line, enquanto 20% declararam ter "alguma preocupação" e 21%, "não se preocupam com o assunto".

Site japonês Rakuten compra americano Buy.com

Informa Jonathan Birchall, no Financial Times, que o Rakuten, maior mercado online do Japão, anunciou a compra da empresa americana de e-commerce Buy.com, por US$ 250 milhões.
O Rakuten teve vendas de US$ 3,2 bilhões em 2009, através do mercado online Ichiba e seu site de entretenimento -- juntos, eles atendem 33.000 varejistas. O Rakuten também oferece serviços de e-commerce para grandes redes de varejo do Japão.
O site Buy.com foi fundado em 1997, e é similar à Amazon.com em suas atividades -- funciona tanto como um varejista online como um mercado que hospeda outros comerciantes. Sediado na Califórnia, o Buy.com também opera sites na Inglaterra, França, Alemanha, Espanha, Itália e Canadá.
Hiroshi Mikitani, fundador e executivo-chefe do Rakuten, disse que a compra do Buy.com faz parte de um plano para acelerar a expansão global da empresa. Em janeiro, o Rakuten anunciou uma parceria na China com o Baidu, o site de buscas mais popular do país, para lançar um mercado online.
A empresa diz que seu objetivo é criar um mundo de "e-commerce sem fronteiras", que vai permitir que consumidores em qualquer ponto do planteta comprem produtos vendidos por varejistas de qualquer país.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Pequenos comércios prosperam no Facebook

Reporta  Kunur Patel, na Advertising Age, que mais de 20.000 pequenos varejistas abriram "lojinhas virtuais" nos últimos cinco meses no site social Facebook, através de uma plataforma chamada Payvment. O aplicativo de e-commerce permite que qualquer usuário crie uma vitrine virtual e comece a vender seu produtos, sem precisar pagar "aluguel" ou outras tarifas.
Desde que foi lançado em novembro passado, o Payvment chamou a atenção dos pequenos comerciantes, que colocaram 125.000 produtos à venda, atraindo o interesse de 500.000 usuários do site.
A Payvement agora anunciou um investimento de US$ 1,5 milhão para aperfeiçoar a plataforma. O CEO Christian Taylor disse também que o aplicativo também terá espaço para grandes varejistas e marcas conhecidas, a partir de junho.

Supermercados inovam para economizar o tempo do consumidor

Reporta Susan M. Selasky, no Detroit Free Press, que o consumidor norte-americano está cada vez mais prático e eficiente em suas compras. Eles fazem listas de compras com antecedência, colecionam cupons e vasculham os jornais e a internet em busca de promoções e descontos. Mas isso nem sempre representa uma economia de tempo -- uma commodity cada vez mais valiosa, nesses tempos agudamente competitivos.
De olho nesse nicho, muitos varejistas no estado de Michigan tentam atender os consumidores sem tempo livre (e também aqueles que não gostam da obrigação de perder tempo com as compras) com uma combinação de tecnologias e serviços que promete economizar o tempo do cliente.
A rede Busch's Fresh Food Markets lançou recentemente um serviço online chamado MyWay, que permite que os clientes gerem suas listas de compras automaticamente. O sistema economiza tempo e preocupação dos consumidores, que podem escolher os produtos e prazos de entrega com grande nível de detalhes.
A rede Meijer está testando o serviço Grocery Express, que permite que os clientes façam as compras pelo site e depois passem na loja mais próxima para pegar a encomenda -- sem custos adicionais de entrega.
Na rede Kroger, o consumidor entra no site para selecionar os cupons de ofertas, que depois poderá  diretamente para o seu cartão de compras da rede. Depois que as mercadorias são registradas no caixa, os cupons são abatidos da conta final.
Em 2008, a rede Nino Salvage buscou um sistema para reduzir as filas nos caixas. A solução foi a criação de um quiosque chamado Deli Express, onde os clientes podem fazer eletronicamente seus pedidos de frios e pães e retirar na saída. Esse sistema se tornou muito popular nas lojas da rede, reduzindo consideravelmente o tempo de espera nas filas e tornando as compras na Nino Salvage mais atraentes que nas lojas concorrentes.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

"Social buying" reinventa a ideia de desconto e clube de compras

Imagine a seguinte oferta em um site: você paga R$ 25 e eles lhe dão um vale de R$ 50 em seu restaurante favorito na região. Parece ótimo, não? Mas tem uma pegadinha: você vai precisar convencer o maior número de pessoas a participarem também, porque se não houver pelo menos 100 interessados, a oferta não é válida. Ah, e você terá apenas 24 horas para conseguir isso.
Isso é um resumo da estratégia por trás do "social buying", as "compras sociais" pela internet. A ideia não é nova; na verdade suas origens remontam ao período da bolha pontocom, na virada do século. Mas a tecnologia não era madura o suficiente, e nem o público estava acostumado o bastante com a internet. Quinze anos depois, a web está tecnologicamente madura e a explosão de sites como Facebook, Twitter e similares mostra a disposição da nova geração em participar de grupos de interesse online. Além disso, a recessão econômica deixou os consumidores muito sensíveis a descontos e promoções. Com isso, os sites de compras sociais estão ganhando audiência rapidamente -- e despertando o interesse dos varejistas e das marcas.
Quase todos os sites de social buying são focados em uma grande cidade ou área metropolitana, oferecendo aos moradores descontos muito atraentes em uma grande variedade de produtos e serviços: livros, discos, perfumes, flores, refeições em restaurantes, tratamentos cosméticos, etc. A maioria estabelece um limite de tempo para a oferta e requer um número mínimo de participantes para validar a oferta. Quando esse número é atingido dentro do prazo determinado, todos os inscritos recebem um cupom válido.
Já falamos aqui sobre o Groupon, que é o maior site dessa tendência (atende diversas cidades nos EUA e Canadá, e agora está se expandindo na Europa).
Seguem mais alguns sites de social buying:
1. BuyWithMe
Os descontos oferecidos no BuyWithMe são de 50% ou mais. Dependendo da cidade, cada acordo é geralmente oferecido por uma semana. O serviço atende moradores de Boston, San Diego e Washington. O site já ofereceu cupons de US$ 50 em um dia de spa que custa US$ 100 e desconto de US$ 39 em um buquê de rosas grandes que custa US$ 85.
2. eWinWin
O eWinWin é diferente dos outros sites de compras sociais porque não exige um número mínimo de participantes para ativar uma oferta -- em vez disso, o desconto é progressivo: quanto mais pessoas participam, maior é o desconto (que pode chegar a 70% em alguns casos). O serviço está disponível em Tampa, Flórida.
3. Groop Swoop
O Groop Swoop foi lançado em outubro passado e sua área de ação é San Francisco e cidades da região. Há novas ofertas diariamente. O site exige um número mínimo de participantes, mas os descontos podem superar 50% em vários casos.
4. LivingSocial
O LivingSocial é o criador do aplicativo "Visual Bookshelf" do Facebook. No ano passado, o site resolver entrar na onda do social buying e agora oferfece descontos de mais de 50% em restaurantes, spas, hotéis, eventos esportivos e outros serviços. Está disponível em Atlanta, Austin, Boston, New York, San Francisco, Seattle e Washington D.C.
5. Play @ Savvy Circle
O Play foi lançado em 2007 como um site para auxiliar as pessoas a economizar nas compras, mas se transformou em site de compras sociais no Havaí. O site tem uma função chamada "prePLAY", onde os usuários se reúnem para "pressionar" um varejista a oferecer um desconto. Disponível em Honolulu.
6. Pricebunch
O Pricebunch informa que oferece um acordo diário, que passa a valer quando o número mínimo de participantes é atingido. O site oferece um crédito de US$ 10 na conta do usuário, quando um amigo indicado por ele completar a primeira compra. Disponível em Boston, Chicago, Los Angeles, San Francisco e Washington D.C.
7. SocialBuy
O SocialBuy acabou de ser lançado, e oferece acordos em Los Angeles e San Francisco. As ofertas são diárias, e incluem descontos e promoções de marcas como PinkBerry, Sprinkles Cupcakes e outros varejistas locais famosos -- em muitos casos, com descontos acima de 50%. O site planeja filiais em San Diego, San Jose, Las Vegas, Phoenix, Seattle e Portland.
8. TownHog
O TownHog também é novo, e atua apenas em San Francisco -- para se expandir em outros mercados, o site conta com o interesse dos moradores. Quanto mais pessoas de uma cidade postarem interesse pelo site, maior a chance de uma nova filial. O site oferece descontos em aulas de ginástica, serviços de spa e outras atividades, e também exige um número mínimo de participantes.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Mídias sociais são oportunidade e risco para varejo

Um parte crescente dos orçamentos de marketing do varejo está sendo direcionada para as mídias sociais, especialmente sites como o Facebook e o Twitter. Muitas empresas veem nessas mídias um modo mais prático (e mais barato) de levar sua mensagem comercial para milhares, talvez milhões de pessoas. Mas essa estratégia embute riscos, e o excesso de confiança nas mídias sociais como canal de marketing pode se mostrar prejudicial para o varejista.
A explosão das mídias sociais permite um diálogo direto entre as marcas e os consumidores, entre vendedores e clientes, agências e empresas. O uso desses canais aumenta a presença das marcas na mente dos consumidores, e reforça sua identidade. Mas o varejista não pode apostar todas suas fichas nas mídias sociais como meio de divulgação -- o equilíbrio entre diversas mídias e o uso calculado de cada uma delas parece ser uma receita mais sensata. Se o varejista não distribuir bem seu orçamento de marketing entre as mídias, ele corre o risco de conseguir o efeito oposto do desejado: em vez de aumentar a percepção sobre sua marca, ele pode acabar erodindo  essa percepção.
Nos EUA, segundo um estudo da divisão Shop.org da Federação Nacional de Varejo, as empresas estão dando sinais de recuperação depois de mais de um ano de forte recessão. Muitas voltaram a elevar seus orçamentos em publicidade e marketing, e há uma destacada preferência por investimentos em mídias sociais. Segundo o estudo, 30% dos varejistas ainda planejam reduzir seus orçamentos de publicidade este ano, enquanto 24% vão aumentar e 46% vão manter os mesmos valores.
Entre os varejistas que estão reduzindo o investimento publicitário, 56% estão cortando no marketing em sites de busca (como o Google), mas apenas 24% vão fazer cortes na publicidade em sites sociais.  Entre os varejistas que consideram seu desempenho "acima do previsto", 12 entre 20 vão aumentar os gastos com marketing em mídias sociais.
Além disso, entre os varejistas que planejam aumentar os gastos, 80% disseram que vão investir mais em search marketing, e 65% vão gastar mais com email marketing. Se por um lado o estudo da Shop.org mostra a aposta cada vez maior nos sites sociais, por outro indica que o search marketing ainda ocupa um lugar de grande destaque na estratégia de publicidade online do varejo.
Isso quer dizer que, entre as empresas que estão reduzindo seu investimento publicitário, há uma margem maior para cortes em sites de busca do que em mídias sociais. Em contrapartida, as empresas que estão elevando seus orçamentos de marketing estão investindo mais em search marketing do que nos sites sociais. Não é de surpreender, em vista dos resultados muito mais precisos e mensuráveis do search marketing.
A Retail Information Systems publicou recentemente um conjunto de dicas sensatas sobre o uso de mídias sociais pelo varejo:
* Estabeleça uma missão objetiva com as mídias sociais. Entre os elementos que devem ser considerados estão os objetivos corporativos, como projetar e proteger a marca e como avaliar os resultados.
* A mídia social é um canal de vendas, de divulgação ou ambos? A resposta para essa pergunta será decisiva na criação de páginas no Facebook, grupos de interesse e comunidades.
* O varejista deve estimular seus melhores funcionários a usar as ferramentas da mídia social para influenciar outros funcionários e atrair seguidores, divulgando tendências e questões para o mercado como um todo.
* Oferecer suporte técnico e auxílio ao consumidor: Twitter, Facebook e wikis permitem a criação de ótimas ferramentas de atendimento técnico e solução de problemas dos consumidores.
* Criar um canal de comunicação bidirecional: as mídias sociais permitem um verdadeiro diálogo com o cliente, estimulando a troca de idéias.
* É essencial criar regras para a imagem da marca: o varejista deve instruir seus funcionários sobre como representar a marca no site social, e como protegê-la de danos.

Site inglês oferece aluguel e "empréstimos" de produtos

A Apple já vendeu mais de 1 milhão de iPads, mas ainda há milhares de consumidores que gostariam de testar o aparelho antes de comprá-lo. Pessoas assim são o público do site inglês Bid and Borrow, que é focalizado no uso coletivo de produtos de consumo. No site, uma pessoa interessada pode alugar um iPad por 20 libras ao dia.
O site oferece uma ampla variedade de itens, postados por usuários interessados em alugá-los. Os interessados podem pagar um valor diário pelo uso ou trocar por serviços ou outros produtos. Os clientes podem reservar produtos com antecedência.
Uma tendência que se tornou popular durante a recessão, a moda de testar o produto antes de comprar já foi vista em várias aplicações de varejo -- as pessoas alugam ou fazem test-drive de carros, livros de culinária, câmeras de vídeo, instrumentos musicais. No caso do Bid and Borrow, o destaque é a possibilidade de alugar produtos eletrônicos de ponta, especialmente lançamentos que ainda não estão disponíveis em todos os mercados.
Esse é talvez um desdobramento do "social buying" que já mencionamos aqui, combinado com a idéia de "tryvertising". Um mercado de trocas virtual, que pode estimular mais vendas, antes mesmo que os produtos sejam lançados oficialmente nas lojas.
Uma marca ou varejista antenado poderia aproveitar o conceito para promover testes de seus novos produtos sem custo, ou por uma tarifa bem reduzida.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Site de cupons dos EUA anuncia expansão na Europa

Reporta Geoffrey A. Fowler, no Wall Street Journal, que o site Groupon (que oferece cupons de desconto online nos EUA e Canadá) anunciou sua entrada no mercado europeu, comprando a empresa alemã CityDeal GmbH de Berlim.
Com o acordo, o site sediado em Chicago poderá ampliar sua presença em um setor do e-commerce chamado "social buying", que cresce rapidamente. Os serviços de "compras sociais" oferecem descontos para os compradores somente quando um número mínimo de consumidores concorda em participar.
O Groupon envia emails diários para os usuários oferecendo ofertas no varejo locais de diversas cidades dos Estados Unidos e Canadá. O site cobra dos varejistas pelo serviço, que funciona como uma alternativa para a publicidade tradicional. O nome "Groupon" é uma combinação de "grupo" com "cupom". A empresa se capitalizou recentemente com a injeção de US$ 135 milhões das firmas de investimento Digital Sky Technologies e Battery Ventures, que avaliaram que o Groupon vale US$ 1,35 bilhão.
Já a alemã CityDeal foi criada por um grupo de empresários europeus que inclui os irmãos fundadores do eBay Europe, Marc, Oliver e Alexander Samwer. A CityDeal informa que tem mais de um milhão de assinantes em seu serviço de ofertas por email, opera em 80 mercados na Europa e empresa mais de 600 pessoas. A CityDeal recebeu US$ 12 milhões em investimentos iniciais.
Depois da integração, o nome da empresa será Groupon na Europa e na América do Norte. Com o acordo, a nova empresa terá 900 funcionários e estará disponível em 140 cidades de 18 países.
Outras empresas já haviam testado o conceito de "compras sociais" no passado, mas a idéia não causou impacto. Agora, com a mudança dos hábitos do consumidor e depois de um período de recessão (tanto nos EUA como na Europa), os consumidores e os varejistas se mostram mais receptivos a novos meios de encontrar ofertas e promoções.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Tecnologia móvel cria novo consumidor para o varejo

A explosão de novas tecnologias na nova geração de telefones móveis está transformando o consumidor do varejo em mercados como os EUA, a Europa e partes da Ásia. A conclusão é do estudo RIS/Gartner 2010 Retail Tech Trends Study, que avalia as novas tendências de consumo relacionadas com smartphones e outros aparelhos móveis.
Segundo Jeff Roster, analista da Gartner, o setor de tecnologias móveis está em transformação e evolução muito aceleradas. A combinação dessas tecnologias com o uso mais frequente de redes sociais nas decisões de compras (na forma de conselhos, indicações, índices, etc.) é crucial para determinar estratégias para o varejo. A resposta dos varejistas a essas transformações deve determinar as regras do futuro próximo, disse Roster.
De acordo com Joe Skorupa, da Retail Information Systems, o problema é que existe uma quantidade enorme de dados para os varejistas processarem. Skorupa menciona uma pesquisa recente da agência de marketing Merkle, que continha interessantes dados demográficos sobre os usuários de smartphones:
*  Entre os usuários, os homens são mais numerosos que as mulheres (53% a 47%), devido ao fato de que três vezes mais homens usam os celulares para trabalhar.
* 70% dos usuários de smartphones têm entre 18 e 29 anos de idade, e a maioria usa os aparelhos para enviar e receber mensagens de texto. Mas o número de "texters" cai com a idade.
* 44% dos usuários de celulares com conexão à internet checam e-mail regularmente em seus aparelhos. Na verdade, esses usuários gastam no celular um quinto do tempo total dedicado à leitura de emails. Nessa categoria, a idade mais frequente é em torno de 30 anos.
* 26% dos usuários que enviam SMS recebem mensagens com opt-in de empresas. A média é de 3,2 empresas por usuário.
* A maior penetração dos aparelhos com conexão à internet não ocorre entre adolescentes, mas entre os usuários na casa dos 30 anos.
Esses dados já seriam um bom ponto de partida para que varejistas pudessem traçar algumas estratégias de marketing. Mas Skorupa alerta que não há tempo a perder, porque as transformações são muito velozes. Tanto que dados com mais de seis meses já são considerados como ultrapassados por muitas firmas de pesquisa e estratégia.
Pagamentos via celular
Uma das tecnologias mais promissoras possibilitadas pela nova geração de telefones móveis é o pagamento automático, que substitui dinheiro e cartões de débito e crédito. Chamada NFC (Near Field Communications, ou Comunicações de Curto Alcance), essa tecnologia permite transações financeiras no espaço da loja, bastando aproximar o celular de um equipamento de leitura. Estima-se que esse tipo de pagamento movimentará US$ 630 bilhões globalmente até 2014, em comparação com US$ 170 bilhões este ano. A previsão é de um estudo da Juniper Research, que aponta uma curva de adoção acelerada de smartphones pelos consumidores e o lançamento de novos aplicativos ("apps") criados especialmente para lojas.
Segundo a Juniper, os mercados em desenvolvimento devem ter a maior expansão mundial desse tipo de pagamento, com crescimento na casa dos 30% ao ano. As três principais regiões de uso dos pagamentos móveis (Extremo Oriente e China, Europa e América do Norte) vão representar quase 70% do total das transações até 2014.
Em vários mercados, os varejistas estão formando alianças com fabricantes, distribuidores, desenvolvedores de softwares, operadoras de telefonia e bancos, para criar uma oferta integrada e segura de serviços de pagamento por celular. O estudo completo “Mobile Payments Markets: Strategies & Forecasts 2010-2014” pode ser baixado de graça no www.juniperresearch.com.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Presentes via SMS






Uma interessante tendência que funde tecnologia móvel, marketing e varejo: os presentes via celular. A ideia é bem simples: um usuário manda um torpedo SMS para outro usuário, com um vale-presente que pode ser resgatado pela pessoa na loja.
O serviço holandês cadeaucode.nl e os americanos KangoGift e Giiv são bons exemplos. No caso do cadeaucode.nl, o interessante é que o valor do vale-presente é fixo e bastante acessível (cerca de 25 euros). A oferta de produtos é limitada, mas a lista é atualizada regularmente. O serviço funciona como um sistema de marketing e divulgação de novos produtos e lançamentos, portanto algumas vezes o valor do produto é maior do que a tarifa fixa do vale. Entre os itens disponíveis estão CDs, DVDs, perfumes, livros, roupas e acessórios.
O KangoGift foi lançado no ano passado e funciona através de uma parceria com lojas no centro de Boston. O SMS enviado contém um código que é usado como voucher nas lojas. Os produtos incluem doces, flores, livros, CDs e DVDs.
O Giiv acabou de ser lançado em Los Angeles. A galeria de presentes é bastante extensa, incluindo cartões de presentes da Amazon.com, ingressos para cinema e teatro, serviços de spa, e outras opções. A pessoa escolhe o presente, insere o número de celular do presenteado e um cartãozinho virtual, preenche dados para pagamento e envia o SMS. O Giiv então despacha o código do presente para a pessoa, que pode retirar o item em qualquer loja participante. O serviço também criou um aplicativo gratuito para o iPhone.
Nenhum desses serviços funciona no Brasil, mas a idéia é interessante e com grande potencial.

Clube Amostra Grátis é inaugurado em São Paulo

O Clube Amostra Grátis abriu suas portas ao público nesta terça-feira, dia 11. Segundo a assessoria de imprensa da loja, o movimento foi intenso durante a inauguração, que reuniu consumidores cadastrados e curiosos da região.
Agora, a expectativa do Clube Amostra Grátis é cadastrar 20 mil pessoas neste primeiro ano de funcionamento e atender mais pessoas com a abertura de outra loja em São Paulo ainda este ano.
Veja abaixo um vídeo do primeiro dia de funcionamento:

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Varejo vive uma grande revolução digital

Reporta Jonathan Birchall, no Financial Times, que o varejo está passando por uma revolução nos hábitos de consumo, com a presença cada vez do maior do celular como ferramenta de compras. As grandes redes tradicionais foram fortemente prejudicadas pela crise financeira de 2008/09, mas não ficaram paradas -- perceberam as tendências de consumo e investiram muito em iniciativas digitais.
A rede JC Penney, que tem mais de 1.000 lojas nos EUA, é um bom exemplo do novo varejo digital. Segundo o CEO Mike Ullman, a empresa investiu muito em plataformas digitais durante a recessão. E no começo do ano, seus principais executivos foram até a sede do Facebook na Califórnia para um curso intensivo sobre a rede social.
A rede de lojas de descontos Target está preparando uma plataforma digital totalmente independente, que deve ser lançada até o final de 2011. Com isso, a empresa vai encerrar sua dependência da Amazon.com, que atualmente administra o site de e-commerce da Target. A loja de roupas Gap está preparando iniciativas de comércio eletrônico na Europa, Canadá e China.
Em parte, essa guinada se deve ao crescimento das vendas online, que continuam batendo as vendas em lojas. Em um momento em que poucos varejistas nos EUA estão investindo em novas lojas de tijolo e cimento, os investimentos estratégicos estão sendo canalizados para os canais digitais.
Três anos depois do lançamento do iPhone pela Apple, o fenômeno da "conectividade/interatividade móvel" está causando um enorme impacto no modo de negócios do varejo -- não apenas nas compras online, mas também nas lojas físicas.
Segundo Scott Silverman, diretor executivo da divisão Shop.org da Federação Nacional de Varejo dos EUA, os clientes estão usando os smartphones para tomar decisões de compras no espaço da loja. Segundo ele, o surgimento do iPhone e similares mudou completamente o cenário das compras em lojas físicas.
Na opinião de Andy Murray, chefe da agência Saatchi X, nunca houve uma época como esta no varejo -- e a conectividade móvel é o principal fator dessa mudança.
A primeira onda de iniciativas voltadas para o consumidor equipado com smartphones era focalizada em técnicas de marketing como o envio de mensagens personalizadas, a criação de cupons de desconto e a adaptação dos websites das lojas para o formato das telas dos celulares. Mas agora os varejistas se veem diante de consumidores que estão permanentemente online graças aos seus smartphones, mesmo quando estão em uma loja ou supermercado. E esses consumidores esperam uma experiência unificada e integrada de compras, uma fusão entre real e virtual. Os consumidores não se veem como "compradores multi-plataforma", eles apenas querem os meios mais eficientes e práticos para suas compras, observa Brett Hurt, CEO da BazaarVoice, uma firma de conteúdo online.
Os novos consumidores esperam ver todas as mercadorias de uma loja disponíveis online e offline, pelos mesmos preços, com facilidades iguais de escolha, pagamento e entrega. Para os varejistas, isso vai exigir um alto nível de coordenação de preços, estoques e outros elementos -- mudanças profundas e permanentes em suas rotinas de negócios.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Apas prevê crescimento de 10% no varejo este ano

Reporta Juliana Welling, no Propaganda & Marketing, que segundo João Sanzovo Neto, presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados) , o setor espera atingir um crescimento de 10% neste ano. “Eventos como a Copa do Mundo e Eleições movimentam positivamente a economia. Esperamos um ano muito bom”, afirmou Sanzovo durante a abertura do Apas 2010 – 26o. Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados, evento que acontece até o próximo dia 13, em São Paulo.
Na ocasião, também foi apresentada a pesquisa “Retratos do Varejo 2010”, estudo que tem como base o tema “Diversidade – O Mundo Novo do Novo Consumidor”.
De acordo com o levantamento (realizado em parceria com a Nielsen Brasil) o faturamento nominal do segmento em 2009 foi de R$ 177 bilhões, o que representa um crescimento de 11,7% em relação ao ano anterior.

Tecnologia móvel cria novo consumidor para o varejo

A explosão de novas tecnologias na nova geração de telefones móveis está transformando o consumidor do varejo em mercados como os EUA, a Europa e partes da Ásia. A conclusão é do estudo RIS/Gartner 2010 Retail Tech Trends Study, que avalia as novas tendências de consumo relacionadas com smartphones e outros aparelhos móveis.
Segundo Jeff Roster, analista da Gartner, o setor de tecnologias móveis está em transformação e evolução muito aceleradas. A combinação dessas tecnologias com o uso mais frequente de redes sociais nas decisões de compras (na forma de conselhos, indicações, índices, etc.) é crucial para determinar estratégias para o varejo. A resposta dos varejistas a essas transformações deve determinar as regras do futuro próximo, disse Roster.
De acordo com Joe Skorupa, da Retail Information Systems, o problema é que existe uma quantidade enorme de dados para os varejistas processarem. Skorupa menciona uma pesquisa recente da agência de marketing Merkle, que continha interessantes dados demográficos sobre os usuários de smartphones:
* Entre os usuários, os homens são mais numerosos que as mulheres (53% a 47%), devido ao fato de que três vezes mais homens usam os celulares para trabalhar.
* 70% dos usuários de smartphones têm entre 18 e 29 anos de idade, e a maioria usa os aparelhos para enviar e receber mensagens de texto. Mas o número de "texters" cai com a idade.
* 44% dos usuários de celulares com conexão à internet checam e-mail regularmente em seus aparelhos. Na verdade, esses usuários gastam no celular um quinto do tempo total dedicado à leitura de emails. Nessa categoria, a idade mais frequente é em torno de 30 anos.
* 26% dos usuários que enviam SMS recebem mensagens com opt-in de empresas. A média é de 3,2 empresas por usuário.
* A maior penetração dos aparelhos com conexão à internet não ocorre entre adolescentes, mas entre os usuários na casa dos 30 anos.
Esses dados já seriam um bom ponto de partida para que varejistas pudessem traçar algumas estratégias de marketing. Mas Skorupa alerta que não há tempo a perder, porque as transformações são muito velozes. Tanto que dados com mais de seis meses já são considerados como ultrapassados por muitas firmas de pesquisa e estratégia.
Pagamentos via celular
Uma das tecnologias mais promissoras possibilitadas pela nova geração de telefones móveis é o pagamento automático, que substitui dinheiro e cartões de débito e crédito. Chamada NFC (Near Field Communications, ou Comunicações de Curto Alcance), essa tecnologia permite transações financeiras no espaço da loja, bastando aproximar o celular de um equipamento de leitura. Estima-se que esse tipo de pagamento movimentará US$ 630 bilhões globalmente até 2014, em comparação com US$ 170 bilhões este ano. A previsão é de um estudo da Juniper Research, que aponta uma curva de adoção acelerada de smartphones pelos consumidores e o lançamento de novos aplicativos ("apps") criados especialmente para lojas.
Segundo a Juniper, os mercados em desenvolvimento devem ter a maior expansão mundial desse tipo de pagamento, com crescimento na casa dos 30% ao ano. As três principais regiões de uso dos pagamentos móveis (Extremo Oriente e China, Europa e América do Norte) vão representar quase 70% do total das transações até 2014.
Em vários mercados, os varejistas estão formando alianças com fabricantes, distribuidores, desenvolvedores de softwares, operadoras de telefonia e bancos, para criar uma oferta integrada e segura de serviços de pagamento por celular. O estudo completo “Mobile Payments Markets: Strategies & Forecasts 2010-2014” pode ser baixado de graça no site da Juniper Research.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Novas empresas transformam lixo em produtos atraentes

Criar novos produtos a partir de sobras e materiais descartados oferece três benefícios importantes para as empresas: dá acesso a materiais por custo muito baixo ou até zero, permite a criação de produtos com uma "aura" de sustentabilidade e também gera uma cultura que os varejistas podem partilhar com seus consumidores, e estes com seus amigos. Cinco bons exemplos de empresas que investem nessa tendência:
1. NARWAHL — A empresa sediada na Califórnia recicla gravatas antigas na forma de novos produtos: carteiras, porta-cartões, capas para passaportes e pulseiras, com preços entre US$ 10 e US$ 25. Os itens são exclusivos, e podem ser comprados pelo site e em várias lojas nos EUA.
2. HELLO REWIND — Outra empresa que cria novos produtos a partir de peças de roupa. A Hello Rewind convida os consumidores a enviar suas velhas camisetas para a empresa, que transforma a peça em uma bolsa para laptop. A empresa apóia a ONG RestoreNYC, que ajuda vítimas de tráfico sexual.
3. RECYCLING ZYCHAL — Essa empresa da Filadélfia transforma guarda-chuvas velhos em capuzes, roupas para cães e brinquedos para gatos. As capas para cães são feitas sob encomenda, dependendo do tamanho do animal. A Recycling Zychal convida as pessoas a doarem seus guarda-chuvas velhos, e fazem uma doação para um abrigo de animais abandonados a cada guarda-chuva recebido.
4. ESCAMA STUDIO — uma colaboração de profissionais no Brasil e na Califórnia produz acessórios de moda usando técnicas tradicionais, a partir de materiais reciclados. Os produtos em destaque são sacolas, bolsas, acessórios e bijuterias feitos com centenas de anéis de latinhas de alumínio. Cada item é assinado pelo designer que o confeccionou. O site mostra o histórico de cada artesão e convida os consumidores a enviarem mensagens pessoais.
5. EMECO — A empresa produz cadeiras com 80% de alumínio reciclado. Em colaboração com a Coca-Cola, a Emeco passou a incluir um novo material: as cadeiras da linha 111 Navy Chair usam 111 garrafas PET recicladas. A Emeco faz uma campanha para encorajar a reciclagem doméstica de plástico e alumínio, mostrando que esse "lixo" pode ser usado para produzir itens funcionais e elegantes.

domingo, 9 de maio de 2010

Varejo é cada vez mais online dos EUA, diz estudo

Segundo nota do site InternetRetailer, a crise econômica do ano passado nos Estados Unidos teve um efeito catastrófico sobre as lojas tradicionais do país, que perderam dinheiro e estoques. Mas o efeito mais notável foi no comportamentos dos consumidores: um número cada vez maior prefere gastar com compras online.
Segundo o estudo Retailer Top 500 Guide, o crescimento do e-commerce nos EUA foi relativamente modesto em 2009, mas ainda assim é a área de maior expansão no setor de varejo do país. As vendas online cresceram 2% ano passado, atingindo US$ 134,9 bilhões -- enquanto o varejo como um todo teve queda de 3%, de US$ 2,13 trilhões para US$ 2,07 trilhões, segundo dados do Departamento de Comércio.
O Top 500 Guide indica várias tendências que mostram que os consumidores estão migrando cada vez mais para para o ambiente de compras online. Entre os principais destaques:
* A vendas dos 500 maiores varejistas online cresceram 8,7%, passando de US$ 116,28 bilhões em 2008 para US$ 126,38 bilhões em 2009.
* O tráfico total dos Top 500 aumentou 22,9%, atingindo 2,58 bilhões de visitas em 2009 (comparado com 2,10 bilhões de visitas em 2008)
* As vendas online já representam 6,5% do total do varejo, em comparação com 6,2% no anterior. As vendas incluem mercadorias gerais, mas não incluem restaurantes, lojas de conveniência e postos de gasolina.
* As operações online foram as únicas a registrar crescimento na maioria das grandes redes varejistas. Para 26 das 50 maiores redes, as vendas online cresceram enquanto as vendas em lojas tradicionais caíram.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Classe C compra mais pela internet

Reporta Maria Fernanda Malozzi, no Propaganda & Marketing, que a classe C está cada vez mais conectada à internet. O fato de 66,7% terem cartão de crédito próprio ou de alguém próximo, facilita a compra virtual. “Dois terços das pessoas que acessam a internet têm disponibilidade de uso de cartão de crédito pessoal ou da família. Isso pode ser a porta de entrada a ser explorada no comércio eletrônico”, disse Alexandre Crivellaro, diretor de inovação do Ibope Media, durante sua apresentação nesta tarde (6) no E-commerce Summit, em São Paulo.
A relação entre compras online e comerciais de TV é um comportamento comum entre o consumidor classe C e por isso, a comunicação integrada seja mais eficaz. O uso de celebridades nas campanhas é outro fator que chama a atenção dessas pessoas. “A classe C confia muito na propaganda e por isso ela tem que ser bem feita. Além disso, eles também confiam nas celebridades. Isso tende a levar o consumidor da classe C a ir com mais facilidade para dentro da loja”, observou Crivellaro.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Varejistas reduzem uso de sacolas plásticas

Se depender de alguns dos maiores varejistas do mundo, as sacolas plásticas descartáveis usadas para embalar mercadorias estão com os dias contados.
Nos EUA, a rede Wal-Mart anunciou que pretende reduzir seu uso de sacolas plásticas em 33% até 2013 -- impressionantes 9 bilhões de sacolas por ano. A empresa iniciou este ano um teste com três lojas sem sacolas plásticas na Califórnia. Já a loja de móveis sueca IKEA e a rede de mercearias Whole Food Market baniram o uso de sacolas em suas lojas desde 2008.
Um número crescente de lojas encoraja os consumidores a trazerem suas próprias sacolas de compras. Isso está fazendo surgir um novo nicho de produtos: sacolas de compras feitas a partir de materiais reciclados, como garrafas plásticas e retalhos de tecido ou borracha.
Segundo Dan Sabbah, presidente da Global Design Concepts em Nova York, as sacolas descartáveis são um artigo em extinção. Sua empresa formou recentemente uma parceria com uma empresa canadense para produzir sacolas de compras a partir de garrafas plásticas. A nova empresa, chamada Global Way, vendeu centenas de milhares dessas sacolas para grandes varejistas como Stop & Shop, CVS e Walgreen's, em promoções relacionadas com o Dia da Terra. Sabbah acredita que os varejistas estão na vanguarda dessa mudança, respondendo rapidamente às novas normas públicas sobre lixo e reciclagem de várias cidades.
Já para a Progressive Bag Affiliates (PBA), uma associação que reúne os maiores fabricantes de sacolas plásticas nos Estados Unidos, as sacolas não estão a caminho das extinção. Em vez disso, serão cada vez mais recicladas. Shari Jackson, diretora da PBA, aponta que a reciclagem é cada vez mais intensa na produção de sacolas. A PBA estabeleceu uma meta de 40% de reciclagem total na fabricação até 2015. Segundo Jackson, mais de 400 milhões de quilos de sacolas e películas plásticas foram reciclados em 2008. As sacolas foram reutilizadas na produção de uma grande variedade de itens, incluindo pisos, cercas, carrinhos de compras e novas sacolas. A executiva diz que a maioria dos grandes supermercados já tem coletores específicos para o descarte de sacolas plásticas, o que facilita o processo de reciclagem.
A maioria dos varejistas nos EUA cobra pelas sacolas reutilizáveis. Mas o preço está caindo. A média era de US$ 1 por sacola, mas em 2007 o Wal-Mart passou a cobrar 50 centavos de dólar. Os usuários das sacolas reutilizáveis dizem que elas são muito mais resistentes que as sacolas comuns, e têm maior espaço para mercadorias. E como a maioria é feita de plástico PET reciclado, elas podem descartadas nos coletores de plástico para nova reciclagem.
Kory Lundberg, gerente de comunicações sobre sustentabilidade, disse que a empresa quer se tornar a líder mundial em sacolas reutilizáveis de baixo custo. A Global Way, que está vendendo suas sacolas feitas de PET reciclado para a loja de brinquedos Toys 'R' Us, acredita que os consumidores mais jovens vão liderar a demanda por sacolas reutilizáveis. A empresa tem acordos de licenciamento para estampar personagens da Disney e de desenhos animados populares nas sacolas. Isso estimularia as crianças a lembrarem os pais de levar a sacola do Bob Esponja ou da sereia Ariel quando a família for às compras. Segundo Dan Sabbah, as crianças têm um grande papel na adoção de sacolas recicladas -- um grande número de campanhas públicas sobre o tema são voltadas para crianças em idade escolar.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Consumidores rejeitam falsos produtos “verdes”

É uma disputa de grande peso: de olho em um mercado cada vez mais promissor, muitas empresas de produtos de consumo estão se declarando ambientalmente responsáveis – e em vários casos, essa afirmação é falsa. Na outra ponta, os consumidores estão dispostos a pagar mais por produtos ecologicamente corretos, mas não admitem ser enganados por empresas que não cumprem o que anunciam.
Segundo uma pesquisa do Boston Consulting Group, cerca de 17% dos consumidores americanos disseram que concordariam em pagar mais caro por produtos ecologicamente corretos, um crescimento significativo em relação aos 13% de 2008 e 10% em 2009. A melhora nesse percentual é um reflexo da recuperação econômica, segundo a empresa.
Porém, de acordo com uma reportagem recente do Wall Street Journal, os consumidores dos EUA estão cada vez mais sensíveis ao que se chama de “greenwashing” ("branqueamento ecológico"), termo usado para indicar ações de marketing que alegam responsabilidade ambiental da empresa ou produto, mas escondem as ações poluidoras para enganar o comprador.
Uma das práticas mais comuns de “greenwashing” é a criação de selos “verdes” pela própria empresa, que simulam selos de aprovação de órgãos independentes. Aplicados em itens como produtos de limpeza, alimentos e tecidos, esses rótulos de “auto-aprovação” têm sido o pivô de muitos processos movidos por consumidores contra as empresas.
Nos Estados Unidos e na Europa, cresce a pressão para a criação de normas mais rigorosas sobre o marketing ambiental das empresas de consumo e do varejo, para coibir falsas alegações e campanhas publicitárias enganosas.
As empresas são acusadas, entre outras coisas, de criar selos próprios que dão a falsa impressão de aprovação oficial de suas práticas ambientais; afirmar que um produto é “biodegradável” quando na verdade o material é altamente poluente; e etiquetar incorretamente um produto, passando a falsa impressão de responsabilidade ambiental.
Desde 2007, pelo menos quatro grandes ações coletivas de consumidores nos EUA acusaram empresas de propaganda enganosa a respeito do impacto ambiental de seus produtos. Além disso, foram movidas nos últimos 18 meses várias ações de fiscalização federal e dos órgãos de auto-regulamentação da indústria e varejo.
Em fevereiro deste ano, a Comissão Federal de Comércio dos EUA enviou advertências a 78 varejistas, referentes a uma grande variedade de queixas. Uma das empresas advertidas alegava que seus tecidos eram feitos a partir de fibras de bambu, quando na verdade eram feitos de rayon, que é produzido a partir de polímeros de petróleo (extremamente poluentes).
Eis aqui o cerne dessa disputa acirrada: consumidores conscientes se oferecem para pagar mais caro por produtos menos agressivos ao meio ambiente, mas não admitem ser enganados por empresas ambiciosas que apostam justamente na falta de consciência e atenção dos novos consumidores. Essa tentativa de enganar o cliente configura um erro fatal para as empresas.
As empresas que realmente forem responsáveis em termos sociais e ambientais serão premiadas a médio e longo prazo, mostrando legítima sensibilidade a uma mudança no comportamento dos consumidores. Fabricantes e varejistas que decidirem tratar a questão como um efeito especial para iludir a audiência correm o risco de perder negócios e até irem à falência.