sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Perdas no varejo somam R$ 1,7 bilhão; automação ajudaria a reduzir prejuízo

Pesquisa realizada pelo Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração (FIA) revela que, somente em 2012, o setor de varejo teve prejuízo de R$ 1,7 bilhão. De acordo com a Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil, a tecnologia é uma aliada importante para o varejo enfrentar um dos problemas que mais preocupa o setor: as perdas. Problemas recorrentes, como a chamada quebra operacional e os furtos, podem ser contornados com a adoção de ferramentas como o código de barras e o controle por radiofrequência. Para se ter uma ideia do tamanho do prejuízo, as empresas deixaram de ganhar R$ 1,7 bilhão somente em 2012, o equivalente a 1,83% do faturamento bruto do setor – R$ 98 bilhões. É o que revela pesquisa elaborada pelo Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar/Fia). Este percentual é o maior desde 2008.

No caso dos supermercados, a quebra operacional é a responsável pela maior parte das perdas. Isso inclui mercadorias que sofrem avarias durante a movimentação, acondicionamento inadequado, prazo de validade expirado e deterioração de perecíveis, por exemplo – o equivalente a 33,4% do total.  O mesmo acontece no setor de construção, com 35,7% do prejuízo com quebras operacionais.

Uma alternativa eficaz para evitar esse tipo de problema é o código de barras GS1 DataBar, que ganha cada vez mais adeptos no varejo. A tecnologia possibilita a identificação de produtos com espaço limitado, com melhor desempenho de leitura e capacidade de incluir informações adicionais como números de série e lote e vencimento. Esse é um benefício para a gestão do varejo e também para a segurança dos clientes. “Assim, quando o consumidor passa pelo caixa do supermercado, se o produto estiver com o prazo vencido, o alerta será dado na tela do computador”, explica o presidente da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil, João Carlos de Oliveira.

Itens como cosméticos, componentes eletrônicos e de telecomunicações, ferragens, joias, entre outros, poderão ser facilmente identificados pelo código graças a suas dimensões reduzidas. No caso de frutas legumes e vegetais (FLV) e o de itens de pesos variáveis (carne, aves, peixes, padaria, embutidos, frios), por exemplo, o principal ganho é o controle do prazo de validade.

Para a questão dos roubos, fator que atinge a todos os setores pesquisados, mas é mais preocupante no setor têxtil, a identificação por radiofrequência (RFID, na sigla em inglês) é apontada com uma das alternativas mais promissoras. Segundo o Provar, 81% do total de empresas de vestuário declararam ter uma equipe interna apenas para evitar os prejuízos com furtos, principalmente camisas polo, blusas, vestidos, calcinhas e meias, que são os itens mais visados.

A implantação do código eletrônico de produtos (EPC), em combinação com os sistemas antifurto EAS (Electronic Article Surveillance, ou vigilância eletrônica de artigos) e com a tecnologia de identificação por RFID resulta benefícios importantes, entre eles o nível de acuracidade de estoque de 95% e melhoria de desempenho operacional. O EPC viabiliza uma série de aplicações como inventário semanal ou diário e controle de autenticidade. A implantação do EPC pode reduzir significativamente o furto na cadeia de suprimentos e aumentar a competitividade das companhias que usam a tecnologia.

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