quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

E-commerce lidera recuperação do varejo nos EUA

Depois de um 2008 muito irregular, marcado pelo fechamento de centenas de lojas, o varejo dos Estados Unidos deu sinais de forte recuperação em 2009. A temporada de compras de final de ano registrou uma alta de 3,6% nas vendas entre 1º de novembro e 24 de dezembro, segundo dados da SpendingPulse. Em 2008, houve uma queda de 2,3% no mesmo período. As vendas de final de ano representam entre 25% e 40% do faturamento anual das grandes redes de varejo.
O comércio eletrônico liderou essa recuperação nos negócios, com alta expressiva de 15,5% no período. Outros setores também tiveram crescimento significativo. Eletrônicos: as vendas cresceram 5,9% em comparação com 2008; a rede Best Buy informou vendas excepcionais no final do ano.
Joalheria: as vendas cresceram 5,6%. Calçados: alta de 5% em comparação com o ano anterior. Vestuário masculino: alta de 3,9% nas vendas. Itens de luxo: crescimento de 0,8% (excluindo jóias).
Os maiores perdedores do varejo no país incluem roupas especiais e profissionais (queda de 0,4% nas vendas) e vestuário feminino (queda de 0,3%)
O estudo da SpendingPulse, que é uma divisão da MasterCard, avaliou 10 categorias de varejo. Duas categorias não tiveram suas estimativas informadas: lojas de departamentos e móveis e decoração.
Em 2009, a chamada "Black Friday" foi o dia de maior volume de vendas nos EUA, com US$ 10,66 bilhões. O segundo dia mais movimentado de compras foi 26 de dezembro, com os consumidores em busca de ofertas e promoções pós-Natal: as vendas atingiram US$ 7,9 bilhões, segundo dados da ShopperTrak. As vendas da semana encerrada em 26 de dezembro tiveram alta de 8,8%.
As vendas pela internet atingiram US$ 27 bilhões no período de novembro até o Natal. Com as baixas temperaturas, muitos consumidores preferiram fazer suas compras no conforto do lar. As vendas pela web registraram um crescimento de 15,5%. O aumento do marketing em redes de relacionamento e blogs especializados, campanhas agressivas de descontos e promoções e a oferta de entrega gratuita das compras atraíram os consumidores.
Segundo dados da comScore, os norte-americanos começaram a fazer suas compras pela internet mais cedo em 2009. No final de outubro e começo de novembro, as lojas online começaram a lançar promoções e descontos, oferecendo cupons para atrair os consumidores. A firma de pesquisa avalia que o clima muito frio do final do ano no país tenha sido um fator importante para esse grande foco no comércio eletrônico.
Temendo a repetição dos maus resultados de 2008, a maioria das lojas (tradicionais e online) investiu fortemente em promoções e descontos. Houve o temor de que essa estratégia acabasse prejudicando a margem de lucro das empresas, mas as vendas de US$ 27 bilhões mostraram que o resultado compensou a aposta.
As lojas online descobriram que oferecer entrega gratuita de mercadorias é um modo de atrair os clientes. Vários sites condicionam a entrega gratuita a um "piso" no valor das compras, assim o tíquete médio foi mais alto. No primeiro Natal pós-crise, o varejo eletrônico aprendeu lições valiosas sobre como conquistar o consumidor, especialmente o cliente mais arredio e escaldado pelos meses de cinto apertado.
Estudos de várias firmas indicam que as mudanças nos hábitos do consumidor dos EUA serão permanentes e não provisórias. Pelo menos nos próximos anos, a frugalidade e a prudência serão dominantes no consumo. Terão melhor resultado as empresas que conquistarem o cliente com boas ofertas e promoções relevantes.

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