terça-feira, 26 de julho de 2011

Supermercado virtual no metrô da Coreia

 países asiáticos (em particular o Japão e a Coreia do Sul) sempre estiveram na vanguarda das tecnologias aplicadas ao varejo. Em boa parte devido a uma variedade de características sociais, esses países sempre foram pioneiros na aplicação de novas tecnologias ao comércio.
Questões como horários rígidos para o funcionamento de lojas, leis trabalhistas, as longas horas de trabalho dos consumidores e outros fatores contribuíram para que esses países buscassem soluções inovadoras no varejo.
Um bom exemplo é a iniciativa da rede Home Plus, uma subsidiária coreana da rede britânica de supermercados Tesco. A Home Plus instalou uma loja virtual do tamanho de uma vitrine nas plataformas do metrô em Seul, na Coreia. O painel eletrônico exibe os produtos em tamanho real, para facilitar a visualização e atrair o olhar do consumidor que passa pelos corredores.
Cada produto na vitrine eletrônica tem um código QR (quick response code, um diagrama em 2D que funciona como um código de barras). O consumidor seleciona os produtos de interesse e fotografa cada QR com o celular usando um aplicativo específico da rede Home Plus. Os produtos são colocados em um carrinho de compras virtual. Quando a compra for concluída, os produtos são enviados para a casa do consumidor em um período de 24 horas.
A Home Plus informa que o novo sistema representou um aumento de 130% nas vendas, com mais de 10.000 usuários regulares da vitrine virtual.
A loja virtual da Home Plus indica acima de tudo que há considerável espaço para inovação no setor de varejo cibernético. Os Estados Unidos, por exemplo, possuem um imenso mercado que é bastante maduro, mas que aproveita poucas oportunidades nessa fronteira do comércio tecnológico. Segundo dados do Censo de 2008, apenas 0,2% das compras de bebidas e alimentos feitas nos EUA são realizadas online.
Segundo o pesquisador Abel Sanchez, do Engineering Systems Laboratory do M.I.T., a tecnologia aplicada aos supermercados está em pleno processo de revolução. Sanchez compara as atuais tecnologias de comércio com a própria Web. Nos anos 90, a Web era unidirecional em seu modo de acesso. Hoje, a internet é feita de interatividade e transações bidirecionais. O pesquisador diz que as tecnologias do varejo vão seguir o mesmo caminho.
A Tesco está conquistando um novo público na Coreia com uma experiência virtual de compras que atrai os consumidores em trânsito.
Como o vizinho Japão, a Coreia já está acostumada à outra metade da transação virtual: os consumidores podem realizar toda a compra através de um smartphone -- o padrão G3 foi adotado lá há anos, antes mesmo dos EUA e Europa.
Com isso, o consumidor coreano vive um momento avançado do varejo: em seu cotidiano urbano apressado, o cliente pode ver em uma vistosa vitrine digital os produtos que precisa, sacar o celular, escanear os códigos dos itens desejados, somar a compra, obter descontos e cupons quando estiverem disponíveis, pagar através de uma conexão do celular com a conta bancária, e esperar a entrega dos produtos em no máximo um dia.
A comodidade tecnológica se adapta ao consumidor, e não o contrário -- não força o cliente a desviar de seu caminho, nem causa o temor diante do novo. É útil, prático e bem-vindo. Um exemplo para todas as iniciativas que buscam sucesso nessa área.

Veja o vídeo:


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