Uma pesquisa inédita de mapeamento da Internet, realizada para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e concluída em janeiro de 2010, mediante 500 entrevistas com gestores de empresas de todos os segmentos, em São Paulo, mostra que quase 30% das empresas já compram ou vendem pela Internet, principalmente as da Indústria e do Atacado. A pesquisa teve como foco as micro e pequenas empresas.
Entrevistamos Sandra Turchi, superintendente de Marketing da ACSP, a respeito de algumas conclusões do estudo.
Pergunta: Você é otimista quanto ao ritmo de evolução do e-commerce nas empresas de S. Paulo? Demoramos 15 anos para que 30% das empresas da capital tenham presença online. Quanto tempo até que pelo menos 50% das empresas estejam fazendo negócios online?
Sandra Turchi: Sim, sou otimista. No início das operações de e-commerce do país em meados da década de 90, poucas empresas varejistas, de maior porte, apostaram nesse "novo desafio". Era uma aposta mesmo, pois não havia massa crítica ainda de pessoas navegando, muito menos comprando. Depois, veio a bolha, o que fez com que muitos se desestimulassem e mesmo declinassem desses investimentos. Com a retomada, novamente as grandes redes varejistas do mundo físico e os grandes investidores on-line foram os responsáveis pelo crescimento do e-commerce, já com outra configuração, pois o crescimento do acesso vinha ocorrendo de forma consistente.
As MPEs na verdade, em sua grande maioria, tem se atentado para a importância do e-commerce nos últimos dois ou três anos. E dada sua dificuldade, por falta de verba, de estrutura e de equipes, a evolução não é tão rápida. Mas daqui pra frente o crescimento se acelerará, sem dúvida, mas não temos como prever ainda um percentual.
Pergunta: Desinteresse, falta de informação, custo de implementação e falta de segurança nas transações: qual desses fatores é o maior problema para a adoção da web como plataforma comercial pelas micro e pequenas empresas em SP?
Sandra Turchi: Principalmente a falta de informação, pois ao tomar mais conhecimento ele encontra, inclusive, solução para os problemas de custos e de falta de segurança, pois hoje os fornecedores estão mais adaptados para atender as MPEs, tanto em termos de estrutura como de valores cobrados.
Pergunta: Fale mais sobre a criação de um "selo oficial" de confiabilidade online. A ideia parece excelente e poderia funcionar como um estímulo para que as empresas entrem na Web - e atraiam os consumidores anunciando segurança nas transações online. A ACSP pretende criar um grupo de trabalho específico para isso, em parceria com as empresas?
Sandra Turchi: Estamos estudando junto à Camara-e.net a criação de um selo de confiança para as MPEs. Esse selo seria concedido após uma auditoria, baseada em um conjunto de critérios, cinco ou seis, que determinarão o quanto aquela loja está preparada para oferecer um processo de venda mais seguro ao cliente. Essa medida contribuirá para o crescimento das MPEs no universo do e-commerce, tendo em vista que facilitará a escolha do cliente por uma loja/marca que ele ainda não conhece.
Pergunta: Na pesquisa, a "falta de necessidade" é o maior motivo apontado para a não-adoção do e-commerce. Não seria o caso de criar um sistema de informações de fácil acesso para esclarecer as empresas? Existe algum projeto no sentido de oferecer cursos ou palestras gratuitas sobre e-commerce para micro e pequenas empresas? Qual seria a melhor maneira de resolver o problema da falta de conhecimentos nessa área?
Sandra Turchi: Sim, a ACSP já tem investido desde 2008 na disseminação de conhecimento através de seminários gratuitos ao público-alvo. Além disso estamos montando uma grade com diversos cursos de capacitação dos nossos associados, em várias áreas, além de um caderno a ser veiculado no Diário do Comércio, para o qual estamos tentando captar patrocínios.
Pergunta: Há na pesquisa da ACSP dados que mostrem os benefícios econômicos da adoção da Web como plataforma comercial?
Sandra Turchi: Nessa primeira pesquisa, que foi uma grande sondagem, obtivemos um dado interessante, que para aproximadamente 50% das empresas que estão fazendo vendas on-line, isso já representa 10% do seu faturamento.
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