terça-feira, 20 de julho de 2010

Redes de varejo reinventam o velho catálogo

Por muito tempo, lojas de departamento e grandes magazines se valeram dos catálogos de produtos para estimular vendas. Grossos volumes de papel brilhante, com muitas fotos coloridas, chegavam pelo correio nas casas de milhões de consumidores. Mas essa época passou, e muita coisa mudou. A recente crise econômica forçou a maioria das grandes de varejo a fazer cortes. Além do aumento dos custos de impressão e postagem,  a crescente preocupação ambiental dos consumidores fez com que os sites das lojas assumissem o papel dos antigos catálogos.
Mas essa forma de divulgação de produtos não morreu, e volta agora com nova cara e novas estratégias. Depois de uma pausa de sete anos, a marca de roupas Abercrombie & Fitch relançou seu catálogo A&F Quarterly, famoso por imagens sensuais e polêmicas.
Além da Abercrombie & Fitch, grandes redes como J.C. Penney, Sears e Barneys estão voltando a investir em catálogos.  São publicações renovadas, voltadas principalmente para o público jovem, e que buscam conexões inovadoras com o mundo digital e novas tecnologias. A rede Barneys, por exemplo, está lançando um catálogo totalmente em 3D.
A nova versão do catálogo A&F Quarterly faz parte de uma estratégia de divulgação da marca que envolve quiosques eletrônicos nas lojas, o site da marca, Twitter e Facebook. A volta do catálogo trimestral ocorre em um momento de baixas vendas na rede. A publicação do catálogo havia sido interrompida em 2003, e a publicação foi alvo de muitas críticas e até boicotes por incluir fotos de modelos quase nus em seus encartes e muitas reportagens sobre sexo.
Já a Sears, que por décadas editou um dos mais famosos catálogos de varejo do mundo, recriou seus catálogos temáticos na web, usando uma tecnologia de páginas virtuais muito elogiada. No site, é possível folhear as páginas, com botões para ampliar e ver detalhes. Clique para ver um exemplo de catálogo interativo da Sears.
A marca de relógios e acessórios Fossil também usa uma combinação de catálogo impresso e website para divulgar seus produtos, criando uma publicação que lembra uma revista para adolescentes.
A J.C. Penney também reformulou seu conceito de catálogo. Segundo uma porta-voz da empresa, as lojas se tornaram mais digitais, e os catálogos genéricos foram trocados por publicações mais segmentadas. A loja agora envia pequenas tiragens de publicações como o "The Little Red Book", que exibe looks completos de vestuário feminino, dos pés à cabeça. Esses novos catálogos segmentados dialogam diretamente com o site da marca, onde os consumidores podem encontrar mais informações, incluindo guias interativos para combinar peças de roupas e vídeos.
Falando em vídeos, a J.C. Penney está usando a seu favor uma tendência que surgiu no YouTube e outros sites de vídeos online: os chamados "hauls", vídeos amadores feitos por adolescentes mostrando "achados" em lojas populares. Esses vídeos foram criados para as adolescentes mostrarem para amigas as roupas e acessórios interessantes que garimparam em lojas como a J.C. Penney. Agora a rede vai usar esses vídeos como parte de suas estratégia de vendas para o período de volta às aulas. Os vídeos vão entrar online no site jcp.com/teen.
A Penney não está sozinha nessa tendência de encampar vídeos amadores. Outras redes voltadas para consumidores jovens, como a Forever 21 e a American Eagle estão explorando o uso de "hauls" para faturar com a temporada de volta às aulas, que representa US$ 50 bilhões em compras nos EUA.
Veja um exemplo de "haul" no vídeo abaixo:

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