domingo, 4 de julho de 2010

Saraiva aposta em livros eletrônicos

Segundo reportagem de Bruno Galo, na IstoÉ Dinheiro, a rede de livrarias Saraiva está dando um passo estratégico que pode fortalecer ainda mais sua participação no mercado. A empresa anunciou a entrada no setor de livros digitais, uma tecnologia que já começa a competir com os tradicionais livros de papel. De acordo com Marcílio Pousada, presidente da Saraiva, a expectativa é que o livro digital se torne um negócio rentável em menos de cinco anos -- o tempo em que o site de e-commerce da Saraiva demorou para dar lucro. Hoje as vendas do do site representam 35% do faturamento de mais de R$ 1 bilhão.
No ar desde meados de junho, a nova seção de livros digitais da Saraiva ainda não seduziu os consumidores. Das mais de 12 mil compras diárias que acontecem no site da empresa, aproximadamente 50 são de e-books. “Todo novo negócio leva um tempo para se tornar importante”, diz Pousada. A Saraiva se inspira no exemplo da Amazon.com, a maior loja virtual do mundo. A Amazon lançou seu próprio aparelho de leitura de e-books, o Kindle, em 2007. Mas só no ano passado começou a colher os frutos do pioneirismo. No Natal de 2009, por exemplo, os livros digitais superaram em vendas os de papel. Um resultado histórico. Para chegar a este patamar, a Saraiva tem o desafio de aumentar o seu acervo digital.
Atualmente, a Saraiva oferece cerca de mil títulos em português, dos quais 250, gratuitos. A oferta deve crescer nos próximos meses, assim como as formas de comprar e ler os conteúdos. Ainda assim, será pouco frente aos mais de 2 milhões de títulos em papel. Essa é uma consequência direta da postura das editoras no País.
De acordo com a consultoria Pricewaterhouse-Coopers, a receita com a venda de livros digitais no mundo deve crescer de US$ 1,1 bilhão, em 2009, para US$ 4,1 bilhões, em 2013.  A comercialização de leitores de e-books, como o Kindle, da Amazon, e o Nook, da Barnes & Noble, deve mais do que dobrar, pulando de 5 milhões de unidades em 2009 para 12 milhões neste ano, segundo a consultoria Informa.
As editoras querem investir nessa nova tecnologia, mas ainda têm dúvidas receio a respeito dos e-books. A entrada de grandes redes como a Saraiva no mercado de distribuição deve estimular a oferta de novos títulos.
No Brasil, o rivais da Saraiva incluem a Gato Sabido, com acervo de 1.600 títulos nacionais e mais de 100 mil internacionais. e a Livraria Cultura, que oferece mil obras nacionais e cerca de 120 mil internacionais. A Cultura também prepara para as próximas semanas a entrada no mercado de audiobooks com cerca de 20 mil obras estrangeiras.

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