quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Quiosques e lojas pop-ups na vanguarda do varejo

Há cerca de quinze anos, o quiosque era visto como o "primo pobre" do varejo, uma loja de segunda (ou terceira) categoria. Vender produtos ou serviços em um quiosque indicava falta de recursos para montar uma loja "de verdade". O quiosque era considerado um espaço comercial mais próximo do camelô de rua, informal e até clandestino. Hoje tudo isso mudou.
Os quiosques de 2010 fazem parte da vanguarda do varejo. Nos últimos anos, essas lojas minimalistas, que podem ser instaladas nos corredores de qualquer centro comercial, perderam a má fama de precariedade e amadorismo. Um número cada vez maior de grandes marcas e grifes estão adotando os quiosques como estratégia de vendas, em sintonia com o ritmo cada vez mais apressado dos consumidores. E os "quiosques 2.0" se beneficiam da grande evolução tecnológica e logística da última década no varejo.
De produtos como celulares e roupas a serviços como venda de pacotes turísticos, os quiosques de hoje brilham como operações de varejo enxutas, eficientes e altamente lucrativas. Podem ser montados dentro de shopping centers e outras áreas comerciais por uma fração do custo de uma loja tradicional, funcionam com equipes muito pequenas e se beneficiam de todas as vantagens tecnológicas da era digital. Em vários casos, os quiosques podem ser apenas a "vitrine de átomos" de um varejista online. Nesse caso, o quiosque é como um "iceberg" do varejo moderno: os 10% que aparecem no mundo real, para que o cliente pode retirar sua encomenda ou interagir com um funcionário ou porta-voz da marca, enquanto 90% da operação permanecem submersos no mundo da internet.
No mundo todo é possível constatar esse fenômeno. Basta passear em um shopping center em São Paulo, Londres, Nova York ou Tóquio para ver nos corredores a profusão de "barraquinhas high-tech", que vendem de alimentos a passagens aéreas, de acessórios de moda a aparelhos eletrônicos. Lojas completas, em muitos casos representantes de marcas bilionárias, funcionam em espaços com menos de 20 metros quadrados -- e essa dimensão reduzida não é obstáculo para um atendimento personalizado de boa qualidade, que agrada o consumidor pela praticidade e rapidez.
Outra tendência importante nesse cenário são as chamadas lojas "pop-up". Podemos considerar a loja pop-up como uma evolução do quiosque, e não da loja tradicional. São operações de varejo sazonais ou temporárias, que lucram com eventos e datas específicas, ou são voltadas para modismos passageiros. As lojas pop-up podem ocupar uma área maior de um centro comercial -- a diferença é o tempo de ocupação. O consumidor brasileiro já é familiarizado com lojas que existem apenas no período de festas de fim de ano -- mas há uma gama de opções, para todos os tipos de ocasiões. Veremos em breve o amadurecimento de lojas efêmeras, voltadas para a Páscoa, o Dia das Mães, dos Pais, etc. E também pop-ups sazonais, de produtos e serviços específicos de inverno ou verão. Diversas marcas passarão a ter presença física apenas ocasional, em certos períodos do ano -- no restante do tempo, contarão majoritariamente com a tecnologia digital para manter suas operações.

Nenhum comentário: