terça-feira, 28 de dezembro de 2010

"Apps" para o varejo

Com o crescimento do uso dos smartphones nas compras, um novo setor está prosperando velozmente: os aplicativos (“apps”) com funções específicas para auxiliar os consumidores. Dezenas de novos aplicativos surgem a cada semana, tanto pagos quantos gratuitos.
O app TheFind  criado há pouco mais de um mês, já foi baixado quase 500.000 vezes nos EUA, segundo dados da empresa. O RedLaser , um aplicativo que permite que o usuário escaneie códigos de barras nas lojas para comparar produtos e preços, já foi baixado seis milhões de vezes desde o seu lançamento em maio de 2009, segundo o site eBay, que criou o app.
Os especialistas em varejo observam que essa tendência de “transparência de preços” criada pelas tecnologias móveis causará um forte impacto nas lojas e redes comerciais. Segundo Noam Paransky, da consultoria Kurt Salmon Associates, somente as grandes redes podem entrar no jogo pesado do menor preço em todos os produtos. Paransky diz que a tecnologia vai acelerar o desaparecimento de varejistas que não podem oferecer preços menores ou que não têm um diferencial atraente em suas lojas.
A crise financeira dos anos 2008/09 deixou mais frugais os consumidores dos países desenvolvidos, e um número crescente de compradores usa todas as tecnologias disponíveis para localizar os preços mais baixos. A comparação de preços via smartphone está tornando difícil para os varejistas cobrar preços mais altos nas lojas físicas do que nos sites. De acordo com Laura Conrad, presidente do site de comparação de preços PriceGrabber.com, a linha que separava lojas offline e online foi borrada, apesar dos custos mais altos das lojas de cimento e tijolos.
Esse uso maior das tecnologias móveis também ameaça alguns dos aspectos mais lucrativos das vendas em lojas físicas, como a possibilidade de usar vendedores para convencer os consumidores a fazerem compras de impulso, ou levá-los a comprar outros itens além da lista da compras original. Um estudo recente da consultoria Accenture realizado em 10 países este ano revelou que 73% dos compradores com smartphones preferiam checar informações em seus aparelhos a pedir assistência a um vendedor na loja.
Mas os varejistas também estão vendo um lado positivo nessa tendência: usando promoções estratégicas e apps próprios, os lojistas podem atingir os consumidores nas lojas dos concorrentes, durante as compras. Por exemplo, a rede Best Buy fez uma parceria com a TheFind para enviar anúncios e ofertas personalizadas para os usuários, no momento em que o aplicativo detecta que o consumidor está dentro de uma loja concorrente, como o Wal-Mart.

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