quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O "cross-channel" beneficia o varejo

Em uma palestra recente, Chris Ladd, vice-presidente de varejo e internet da marca de calçados Crocs, disse que é um erro desconsiderar o varejo "cross-channel", que promove o cruzamento de várias plataformas de vendas. Ladd estava passando um recado indireto para Jamie Nordstrom, presidente da rede de lojas Nordstrom Direct, que declarou ao New York Times que os "consumidores que usam sistemas cross-channel gastam quatro vez mais tempo nas compras que os compradores de lojas tradicionais".
Chris Ladd também é um veterano no setor de varejo dos EUA, mas ele nunca trabalhou com lojas de cimento-e-tijolo. Sua carreira foi construída sobre o comércio online e outras tecnologias eletrônicas, e só agora ele também supervisiona as lojas físicas. Com esse currículo, Ladd tem uma perspectiva mais atualizada sobre o varejo cross-channel.
A Crocs é uma das maiores histórias de sucesso no varejo dos últimos cinco anos, em boa parte pelo investimento maciço em múltiplos canais de venda e distribuição. A Crocs começou como uma pequena operação em 2005, vendendo um único modelo de tamanco feito de resina plástica. Hoje, a marca vende 250 modelos de caçados em 120 países, com 777 parceiras de varejo, 69 lojas próprias e 23 sites globais de e-commerce. Depois de abrir seu capital em 2008, a Crocs deve fechar 2010 com faturamento de US$ 850 milhões, 61% gerados nos mercados globais -- as vendas superam 140 milhões de pares de calçados.
Ladd enumera 10 estratégias que ajudaram a Crocs a expandir sua presença e canais de venda em escala mundial:
1)    Quiosques de internet nas lojas. Os consumidores que fazem pedidos através do quiosque recebem sua encomenda através de um centro de distribuição, e a loja de cimento-e-tijolo recebe uma comissão pela venda.
2)    Adotar o aplicativo Red Laser para aparelhos de mã, como smartphones e scanners da própria loja. Esse aplicativo de leitura de código de barras permite que os consumidores vejam informações detalhadas e possam comparar produtos. O app foi baixado mais de 4 milhões de vezes.
3)    Cupons e promoções via SMS. Este é um fenômeno global de grande importância para o varejo. Além de ser um meio eficiente de apresentar ofertas, permite a criação de um banco de dados de clientes.
4)    Crie um programa "drop-ship. Este sistema permite que a marca terceirize tanto a venda como a distribuição do produto, sem precisar se preocupar em estocar ou distribuir as mercadorias.
5)     Aceite cupons gerados via internet. Você pode usar códigos de barra, mas isso não é obrigatório. Basta digitar o código na máquina registradora.
6)    Indique as lojas preferenciais de sua marca no site. Quando os clientes se cadastrar, a loja mais próxima ficará em destaque na página.
7)    A web é uma ferramenta da loja. Não é apenas comércio, trata-se de acrescentar utilidade e valor. O essencial é unir o que está na loja física com o que está no site.
8)    Invista em programas de fidelidade e participação. Os prêmios não precisam ser apenas em volume de compras, mas devem ajudar a divulgar a marca com boas promoções nos sites sociais.
9)     Vales-presentes e carteira móvel. O site Swagg.com é um bom exemplo de sistema que permite criar vales-presentes através do celular.
10)     Vendas coordenadas. As operações online e offline precisam funcionar totalmente integradas, em completa harmonia.

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