O Walmart anunciou que vai lançar em agosto o Customer Advantage nos EUA, um portal na web para o planejamento colaborativo com seus fornecedores, que usará um banco de dados sobre as preferências dos consumidores.
Segundo Cindy Davis, vice-presidente de clientes globais do Walmart, a solução Customer Advantage servirá para identificar e avaliar as oportunidades em vários segmentos e categorias de consumidores, o que vai ajudar o Walmart e seus parceiros a ampliar os negócios.
A plataforma Customer Advantage é baseada nas tecnologias e ferramentas analíticas criadas pela SymphonyIRI (ex-Information Resources Inc). Com a plataforma, o varejista poderá criar processos de planejamento colaborativo a partir de insights sobre hábitos de consumo e gerando relatórios sob medida entre o Walmart e seus fornecedores.
Ao partilhar as informações sobre os compradores, o Walmart e seus fornecedores terão mais recursos para planejamentos conjuntos, ações de marketing e projeções de crescimento.
Além disso, a maior rede de varejo do mundo comunicou que vai voltar a partilhar seus dados de vendas com a firma de pesquisas Nielsen, depois de mais de uma década fora do compartilhamento de dados no setor.
A volta do Walmart ao banco de dados da Nielsen é um ótima notícia para o setor. Como a empresa responde por cerca de um terço das vendas de produtos de consumo, a ausência do Walmart era uma falta muito sentida para o setor. Segundo John Lewis, presidente da divisão de consumo da América do Norte da Nielsen, a participação do Walmart na base de dados reforça a importância das informações e análises de negócios no momento atual do varejo. O Walmart não revela os termos do acordo com a Nilsen, mas a firma de pesquisa será o maior fornecedor de dados, ferramentas e treinamento para o Walmart.
A decisão do Walmart de partilhar seus dados de consumidores e vendas, e especialmente os padrões de consumo de seus clientes é em boa parte uma reação ao desempenho morno das lojas da rede nos EUA. O varejista amarga oito trimestres seguidos (dois anos completos) de quedas nas vendas domésticas.
No trimestre encerrado em 29 de abril, o Walmart registrou queda de 1,1% nas vendas, apesar do crescimento de 4,2% na bandeira Sam's Club. O maior crescimento foi registrado na divisão Walmart International, que reúne as lojas fora dos EUA -- as vendas subiram 11,5% no trimestre, que é o primeiro trimestre fiscal de 2012 para a empresa.
Além disso, a estratégia tradicional de crescimento do Walmart (a abertura de novas lojas) tem sofrido o impacto não somente da recessão americana como também pela falta de mercados disponíveis.
Apesar dos grandes esforços do Walmart para entrar em mercados metropolitanos ricos como Chicago e Nova York, a expansão está sendo retardada por leis de zoneamento muito restritivas nessas cidades e por campanhas de sindicatos de trabalhadores do setor, que se preocupam com o histórico de práticas trabalhistas da empresa. Em outro flanco, o Walmart anunciou que pretende abrir entre 275 e 300 lojas em áreas chamadas de "desertos alimentares", onde há poucas opções para uma alimentação saudável a preços acessíveis. O projeto faz parte da iniciativa Partnership for a Healthier America lançada pela primeira-dama Michelle Obama. Com isso, a empresa quer combater os focos de resistência, melhorar a imagem e revigorar o crescimento interno.
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