terça-feira, 30 de agosto de 2011

Walmart acerta com vídeos online

A rede varejista Walmart tem um histórico acidentado com o comércio eletrônico. Nos últimos anos, o desempenho da maior varejista mundial na web foi irregular, com resultados abaixo do esperado, tanto pela direção da empresa como do público. Mas recentemente, o Walmart acertou em cheio, ao oferecer downloads de filmes online.
Um ano depois de comprar o serviço de “streaming” de vídeos Vudu, que permite a compra ou locação de filmes de Hollywood, o site se tornou o terceiro mais popular em sua categoria nos Estados Unidos, segundo dados da firma IHS. O serviço aparece na frente das ofertas da Amazon.com e Sony.
Com 5,3% de participação no mercado de vídeos online nos EUA, o Vudu só perde para o iTunes da Apple (que tem 65,8%) e do Zune Video Marketplace da Microsoft (com 16,2%). Uma reportagem do Wall Street Journal aponta que o Vudu dá grande visibilidade para o Walmart na internet, mas analistas questionam a capacidade da empresa de conquistar sua clientela tradicional com o serviço.
No começo de agosto, o Walmart anunciou que iria encerrar a venda de músicas em MP3 pela web, depois de anos tentando lucrar com esse serviço. A empresa também anunciou uma grande dança das cadeiras no setor de varejo eletrônico, com a saída de dois altos executivos do grupo. A grande preocupação do Walmart é a crescente competição com a Amazon, que abocanha grandes fatias de consumidores em vários segmentos de mercado.
Mas o Vudu oferece um alto potencial estratégico. Segundo Edward Lichty, diretor geral do serviço, o fato do Vudu oferecer filmes recentes em seu catálogo é um grande chamariz – as vendas triplicaram neste ano, e isso em meio a uma severa crise econômica nos EUA. Lichty disse que o Vudu está se tornando cada vez mais significativo para os estúdios de Hollywood que são parceiros do empreendimento.
O Vudu começou com um passo errado: inicialmente, os filmes seriam baixados através de um conversor próprio, mas a empresa reconheceu rapidamente que isso não funcionaria. O modelo do Vudu é diferente do Netflix, que cobra uma tarifa mensal dos consumidores por acesso ilimitado a uma ampla cinemateca de filmes em DVD e streaming (para ver em tempo real), mas não oferece a opção de compra de downloads.
Os preços do Vudu variam de acordo com o filme. Por exemplo, a animação “Rio”, do diretor Carlos Saldanha, custa US$ 3,99 para alugar e US$ 14,99 pelo download permanente. A versão em alta definição do filme custa US$ 4,99 na locação e US$ 19,99 na venda. Os preços são considerados competitivos no mercado.
O Walmart comprou o Vudu em 2010 por cerca de US$ 100 milhões, o que pode ser considerado uma pechincha em comparação com o valor atingido por algumas empresas do Vale do Silício este ano.
Há algumas semana, o Walmart integrou o Vudu ao site Walmart.com, mas manteve o site Vudu.com ativo. O varejista também lançou um formato que permite que usuários de tablets possam assistir filmes de modo fácil. De quebra, o sistema do Walmart permite que a empresa contorne a taxa de 30% que a Apple cobra pelos serviços vendidos através da App Store.
Analistas dizem que agora o Walmart precisa buscar novos meios para atrair os consumidores gerais da rede para o serviço – uma boa maneira seria oferecer grandes descontos. A O Walmart já teve grande sucesso com essa estratégia na venda de DVDs no passado.

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