Reporta Nat Ives, no Advertising Age, que a recessão nos EUA causou a perda de emprego para 5,7 milhões de pessoas, enquanto 16% dos assalariados sofreram redução nos salários (de acordo com dados do Bureau of Labor Statistics). A situação financeira mais difícil está causando grandes mudanças nos hábitos de consumo: as pessoas gastam menos dinheiro com roupas novas, deixam de comer em restaurantes, cancelam assinaturas de TV a cabo e fazem por conta própria tarefas que antes eram serviços contratados. São atitudes esperadas e normais, diante de um orçamento mais apertado.
Porém, as empresas de varejo e os fabricantes estão preocupados que a crise cause um efeito psicológico de grande duração nos consumidores, que perdure mesmo depois do final da recessão. A frugalidade forçada pela falta de dinheiro pode se tornar uma atitude permanente.
Varejistas como Home Depot e Whole Foods e grandes fabricantes/anunciantes como a Procter & Gamble estão preocupados com o declínio nas vendas, especialmente de itens mais caros. A.G. Lafley, chairman da P&G, disse no final de maio que acredita que boa parte das vendas não deve se recuperar no futuro, porque o o consumidor mudou seu padrão de compras. O consumidor está usando mais a internet (blogs e sites sociais em particular) para se informar sobre ofertas e produtos mais baratos, e planeja melhor suas compras.
A percepção da indústria é que a recessão fará surgir um consumidor mais prudente e econômico, com menos inclinação para compras de impulso e mais cauteloso com o cartão de crédito. Os varejistas e fabricantes terão de se adaptar a esse novo consumidor -- reduzindo preços, oferecendo linhas mais econômicas de produtos e criando estratégias para atrair esse cliente mais relutante em separar-se de seu dinheiro.
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