Reporta Roberta Namour, na IstoÉ Dinheiro, que durante dois dias, o celular de Romero Rodrigues tocou ininterruptamente. Do outro lado da linha, cumprimentos calorosos, vindos até de velhos rivais. Cada vez que atendia às ligações, a euforia era a mesma. O peito estufado de satisfação, a risada nada contida. Rodrigues completou 32 anos na quinta-feira 1º. Mas a alegria não se deve apenas à comemoração do aniversário. No dia anterior, 30 de setembro, sua empresa fechou uma das maiores negociações da história da internet brasileira. É a mais relevante, pelo menos, desde o estouro da bolha, no início do século.
O Buscapé, site de comparação de preços que ele criou em 1999 com três amigos, recebeu US$ 342 milhões por 91% de suas ações, o equivalente a cerca de R$ 600 milhões. "Até agora não me dei conta do que isso representa", diz Rodrigues, que ocupa o cargo de presidente do Buscapé. Ele pode estar atônito de felicidade - e talvez só daqui a alguns dias possa dimensionar o que o negócio significa - mas até a concorrência já tem na ponta da língua um palpite. "A operação projeta o Brasil de volta ao radar de grandes investidores globais", afirma Rodin Spielmann, diretor de Relações com Investidores da Ideiasnet. A cifra, digna de transações de países desenvolvidos, é vista por analistas do mercado como o início de uma nova onda de investimentos na internet. "A diferença é que, desta vez, o mercado está mais desenvolvido e os negócios, mais estruturados", acrescenta Spielmann. A oferta milionária veio da sulafricana Naspers - maior grupo de mídia da África. A companhia, dona de 30% da Editora Abril, comprou a parte do fundo Great Hill Parners, até então sócio majoritário do Buscapé, e a fatia de cinco dos nove sócios minoritários.
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