De modo relativamente discreto, a mega-loja online Amazon.com criou um canal de vendas na maior rede social do mundo, o Facebook. Desde a semana passada, a Amazon passou a vender fraldas Pampers da fabricante Procter & Gamble em uma página no Facebook. A página da Pampers no Facebook agora tem um link "compre agora" -- se o usuário quiser comprar fraldas, basta clicar e usar sua conta registrada na Amazon.
Pode parecer mais uma ação comum no mundo online, mas na verdade é um passo muito significativo na integração entre dois dos endereços mais populares na internet. Na opinião de vários analistas do setor, essa parceria define o horizonte estratégico do varejo eletrônico nos próximos anos, e abre caminho para várias iniciativas similares.
Segundo Colin Sebastian, analista de varejo da empresa financeira Lazard, essa associação entre a Amazon e o Facebook é a ponta de lança para uma grande fonte de faturamento para a rede social.
Inicialmente, o Facebook não está ganhando percentagens nem da Amazon nem da Procter & Gamble. Mas Sebastian observa que o Facebook também teve paciência com a empresa de jogos online Zynga, criadora de jogos mundialmente populares como Farmville e Mafia Wars. Depois de anos sem cobrar, o Facebook criou um acordo com a Zynga para ganhar uma parte do rendimento dos jogos.
O mesmo deve ocorrer nesta tendência do e-commerce, e não apenas no Facebook. Como os sites sociais se tornaram a maiores estrelas da web atual, aumenta o número de varejistas e fabricantes que buscam vender seus produtos através de parcerias com essas redes. O Facebook e seus concorrentes estão muito bem posicionados para ganhar com as vendas realizadas em suas páginas, que tem o potencial de atingir dezenas, ou centenas de milhões de usuários. Além disso, o Facebook ganha com o aumento em anúncios e campanhas de marketing criadas especificamente para seu espaço.
Na verdade, os sites sociais estão faturando com uma variedade crescente de opções. Como líder absoluto nessa categoria, o Facebook dá alguns exemplos interessantes de ações comerciais:
* Search ads -- os cliques no botão "curtir" do Facebook criam uma hierarquia de sites, que é similar (e concorrente) ao Pagerank do Google.
* Créditos do Facebook em jogos -- graças a jogos muito populares como o Farmville da Zynga, esses créditos podem representar até um terço do faturamento do Facebook em 2010.
* Pagamentos de sites de -e-commerce através do Facebook -- se o cartão de crédito do usuário estiver cadastrado, ele pode pagar através do Facebook, sem precisar passar pelo processo de checkout da loja online.
* Cupons e promoções locais -- o Facebook acaba de lançar uma função de "check-in" chamada "Places". A empresa de compras sociais Groupon (que tem filiais até no Brasil) usa essa função para indicar que comerciantes locais dão descontos e cupons quando há um número suficiente de interessados.
* Publicidade de marcas -- as grandes marcas gostam do Facebook porque ele atrai um grande número de usuários para suas páginas. Se um usuário "curtir" uma campanha, ela pode se espalhar automaticamente para toda a lista de amigos desse usuário, com muitos resultados positivos.
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