terça-feira, 26 de outubro de 2010

Apps para os muito ricos

Um estudo recente do Luxury Institute indica que um número considerável de norte-americanos abastados está usando aplicativos ("apps") em seus celulares como ferramentas para compras de luxo. Segundo a pesquisa, 34% dos consumidores mais ricos disseram que baixaram apps para seus smartphones e 11% disseram que pretendem fazer isso no futuro próximo. 57% dos entrevistados disseram que estão usando aplicativos de comércio eletrônico "várias vezes ao dia", e os usuários ricos estão usando esses aplicativos em média 13 vezes por semana.
A pesquisa do Luxury Institute foi feita com consumidores com renda anual de pelo menos US$ 150.000. Segundo a pesquisa, 76% dos usuários que baixaram apps disseram que sabem de aplicativos específicos de marcas de consumo, mas apenas 29% disseram que baixaram algum aplicativo relacionado com uma marca ou loja. 9% dos entrevistados disseram que baixaram apps da Mercedes-Benz, e 8% baixaram aplicativos da Louis Vuitton -- o mesmo número de usuários baixou aplicativos da Ralph Lauren e Chanel.
Segundo o estudo, as marcas de luxo estão lentas na adoção de aplicativos para aparelhos móveis como ferramentas de vendas. De acordo com Milton Pedraza, executivo-chefe do Luxury Institute, as marcas deveriam estar usando esses aplicativos para ampliar a experiência de compras na loja, permitindo que os consumidores comprem diretamente através de seus celulares e outros dispositivos. Segundo Pedraza, as marcas de luxo deveriam adotar serviços que reconheçam o cliente imediatamente quando ele entrar na loja, enviando uma saudação pessoal pelo celular.
A lentidão das marcas de luxo em adotar os aplicativos para celular reflete uma postura geral dessas marcas em relação às novas mídias, segundo Pedraza. O executivo observa que as marcas de luxo foram lentas na criação de uma presença na web, e demoram para exibir seus produtos de forma eletrônica. Agora, algumas dessas marcas estão fazendo sucesso em redes sociais, mas ainda estão considerando o celular como um canal separado de comunicação -- quando deveriam ver o smartphone como uma tecnologia unificadora de todos os canais digitais.
Segundo Pedraza, muitas marcas de luxo são empresas familiares, que geralmente não dá ouvidos à geração mais jovem. Ainda assim, as marcas conseguem bons resultados quando decidem adotar novas tecnologias. O executivo disse que, apesar de muito tradicionalistas, as lojas e marcas de luxo são empresas inteligentes, que conseguem criar soluções atraentes para novos canais de compras.
Quando as marcas de luxo criam aplicativos, elas devem pensar duas vezes antes de cobrar pelo download desses apps. Ao contrário da ideia estereotipada sobre o consumidor rico, a pesquisa revela que 39% desses consumidores preferem os aplicativos gratuitos. 54% dos entrevistados consideram o download pago uma barreira para o uso de apps de marcas e lojas. São consumidores que poderiam pagar por downloads -- mas preferem não fazê-lo.

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