terça-feira, 17 de maio de 2011

Verificação biométrica ensaia contra-ataque no varejo

O uso de tecnologias de verificação biométrica no setor de varejo passou por um "boom" há alguns anos. A demanda por esses sistemas era plenamente justificada por uma série de fatores. Em primeiro lugar, a necessidade de atender melhor os clientes, reduzindo a espera em filas e facilitando o pagamento das compras. Igualmente importante (e atraente para os varejistas), as tecnologias biométricas permitiriam uma significativa economia nos custos, sem falar na redução de fraudes e outros desvios internos.
Mas, como outras tecnologias cercadas de grande antecipação e expectativa pelo setor varejista, a verificação biométrica falhou ao atender os desejos dos lojistas. Acima de tudo, essas tecnologias fracassaram no ponto mais crítico, que é a integração eficiente com o sistema de pagamentos da loja.  O objetivo primordial do sistema biométrico é eliminar a necessidade do cliente carregar dinheiro ou cartões de débito ou crédito, podendo completar suas compras usando sua impressão digital, de palma ou de retina.
Muitos analistas do setor dizem que a culpa não é da tecnologia, mas sim de uma cultura estabelecida a respeito do pagamento de compras, e também do temor e desconfiança dos próprios consumidores.
Mas as tecnologias biométricas não foram abandonadas. Na verdade, outros setores da sociedade e da economia mantiveram as tecnologias ativas e em contínua evolução. Agências governamentais, órgãos públicos, empresas de segurança e o setor bancário estão entre os maiores clientes dessas tecnologias. Nos Estados Unidos e em vários países europeus, é cada vez mais comum o uso da verificação biométrica em uma ampla variedade de atividades.
Com esse crescimento paralelo da biometria como ferramenta, o varejo pode voltar a considerar sua aplicação. Os motivos para isso são vários:
•    Prevenção de perdas: o uso das tecnologias biométricas no varejo elimina a necessidade de documentos de identidade e senhas. Internamente, um funcionário não poderá usar uma identificação de outro empregado para realizar uma transação ou fazer uma operação não autorizada, porque o gerente deverá estar fisicamente presente para completar a operação.
•    Economia de tempo: cada vez mais, os varejistas percebem que as tecnologias que economizam tempo nas operações, como cartões de identificação, RFIDs, e relógios de ponto são soluções baratas de curto prazo, mas a longo prazo podem ser manipuladas ou ficarem expostas à fraudes. Os sistemas biométricos resolvem esse problema crítico ao eliminar riscos de perda e furto de cartões e senhas.
•    Aumento na produtividade: os sistemas biométricos oferecem esse potencial muito atraente para o varejista, que é o aumento da produtividade da mão-de-obra. A tecnologia ajuda o varejista a cumprir obrigações e atingir suas metas para permanecer competitivo em um ambiente cada vez mais acirrado.  A biometria também pode ser uma ferramenta importante no planejamento estratégico de objetivos de venda e desempenho da loja.
Um grande obstáculo para o crescimento da verificação biométrica no varejo é que boa parte dos sistemas era baseado na checagem de impressão digitais, e essa solução não é ideal devido a uma série de fatores (ferimentos nos dedos, cicatrizes, manchas, diferenças nas condições da pele, etc). Atualmente, a tecnologia que usa luz infravermelha para ler um padrão vascular dos dedos ou da palma da mão tem mostrado melhores resultados. A leitura vascular supera outras tecnologias, como a verificação de retina, por ser considerada menos invasiva.

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