quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Varejo mais tecnológico na volta às aulas nos EUA

Segundo um novo estudo da firma Deloitte sobre a volta às aulas nos Estados Unidos, os pais e estudantes não apenas vão gastar mais este ano, mas usarão novas mídias e tecnologias nas compras. Segundo a pesquisa, 28% dos consumidores planejam gastar mais este ano do que em 2009, e apenas 17% planejam gastar mais menos.
Allison Paul, diretora da Deloitte para o setor de varejo no país, observa que 8 em cada 10 entrevistados disseram que vão gastar o mesmo ou mais que no ano passado. Os consumidores disseram também que vão comprar alguns itens mais caros, incluindo PCs e celulares -- compras que foram adiadas nos anos anteriores. O estudo revela que as famílias americanas estão começando a relaxar a estrita vigilância financeira que foi imposta pela crise dos últimos anos: 58% disseram que vão comprar itens em promoção este ano, comparado com 70% em 2009, e 90% em 2008. Mas, segundo Allison, mais de dois terços dos consultados disseram que farão as compras com dinheiro vivo ou cartões de débito, mostrando a preocupação com o endividamento.
O estudo indica que as famílias estão fazendo compras de modo diferente: 29% dos entrevistados disseram que vão usar celulares e outros aparelhos móveis para tornar suas compras mais eficientes. É um salto significativo em comparação com os 6% que disseram o mesmo em 2009. Além disso, 30% disseram que vão usar dicas e informações de redes sociais nas compras, comparado com 10% no ano passado.
A pesquisa da Delloite também mostra que os consumidores estão voltando a comprar em lojas de departamentos -- 31% planejam comprar nessas lojas, comparado com 26% em 2009. As lojas de descontos e de promoções continuam sendo os locais preferidos para as compras de material escolar para 89% dos entrevistados, e as lojas de artigos para escritório aparecem em segundo. As lojas de um dólar, que foram as campeãs de preferência durante a recessão, perderam o destaque: apenas 33% disseram que vão fazer as compras de volta às aulas nessas lojas, comparado com 40% no ano passado.
O período de volta às aulas é crítico no calendário do varejo dos EUA, e serve como um termômetro de tendências, que repercutem em praticamente todos os países. Os varejistas estão cada vez mais atentos ao impacto dos sites sociais como Facebook, Twitter ou YouTube sobre suas marcas e vendas. Aumentar a confiança e fidelidade dos consumidores em um mercado cada vez mais tecnológico, diversificado e globalizado exige mais que a mera presença do varejista na internet. Requer atenção e inteligência para criar promoções focalizadas e relevantes.
No auge dessa temporada de volta às aulas, a rede J.C. Penney captou a tendência dos vídeos amadores chamados "hauls": adolescentes que registram as roupas interessantes que encontraram por um bom preço em lojas populares. Um "haul" postado no YouTube serve para mostrar que a adolescente é descolada e sabe garimpar itens chamativos. A rede de varejo adotou o conceito de forma ampla, e vídeos criados segundo essa tendência podem ser vistos no site www.jcp.com.
Segundo Kate Coutlas, gerente de relações públicas da marca, a J.C. Penney associou sua fama de ter bons produtos por preços acessíveis com uma nova geração de consumidores, na sua maioria mulheres jovens, que usam os vídeos online para mostrar e comentar seus achados e novas aquisições para o guarda-roupa. Kate diz que a promoção eleva a percepção da Penney como uma marca "cool", com estilo -- o que atrai novos compradores. Os criadores dos "hauls" da J.C. Penney são bem diversificados em termos de idade, localização geográfica e experiência com vídeos. Os participantes ganharam US$ 500 para criar os vídeos ou para usar em compras nas lojas -- e essa informação está presente em todos os vídeos. Para completar, os vídeos são postados nas páginas online da marca no Facebook, Twitter e YouTube.

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