A combinação entre o que há de mais avançado na publicidade online, aparelhos móveis como smartphones, notebooks e e-readers (leitores de livros eletrônicos), sistemas de localização por satélite como GPS e sensores de presença instalados em diversos locais públicos está causando uma revolução silenciosa nos hábitos de consumo e no conforto das pessoas.
Imagine um consumidor lendo um jornal digital em um aparelho e-reader de manhã, e vendo na página um anúncio de um café que fica apenas a apenas um quarteirão de distância. Ou um usuário de um smartphone, que tem um programa de fidelidade com uma rede de hotéis, e assim que ele entra no quarto os sensores de presença ajustam o ar-condicionado para a temperatura favorita do hóspede e ligam a TV no canal pré-selecionado. Um sistema similar pode localizar um restaurante ideal em uma cidade desconhecida, ou identificar qual loja mais próxima tem o produto desejado, ou encomendar automaticamente carnes e verduras em um mercado.
Essa integração cada vez maior entre o mundo físico e o mundo digital está encurtando e até eliminando as fronteiras entre as empresas e consumidores, entre anunciantes e pontos de venda. E essa tendência pode ser resumida em uma palavra: mobilidade. O surgimento de aparelhos portáteis cada vez mais leves, poderosos e com conexões velozes à internet liberou o consumidor das restrições das máquinas de mesa. E quem comemora são as empresas e os anunciantes.
Saber onde o consumidor está (e quando) é uma informação crucial para as novas estratégias de marketing. As empresas que souberem ser criativas e respeitarem a vida privada dos clientes conseguirão ótimos resultados nesse cenário de convergência tecnológica.
Há nessa tendência espaço para um grande número de parcerias entre empresas de diferentes áreas. Empresas que sempre trabalharam com localização de empresas e serviços (jornais, catálogos, páginas amarelas, diretórios online) estão em posição vantajosa para oferecer essa organização de informações para terceiros, e também para agir como intermediárias entre os novos serviços e os consumidores finais.
Segundo Paul Feng, gerente da área de anúncios móveis do Google, cerca de um terço das buscas feitas em aparelhos móveis são relacionadas com a área onde o usuário está. A partir desse dado, o Google passou a permitir que os anunciantes incluíssem números de telefone de seus estabelecimentos nos anúncios, que podem ser clicados para acesso rápido. Feng acredita que novos formatos baseados nessa tendência deverão amadurecer nos próximos meses, oferecendo várias opções de acesso e interação, como mapas e navegação (até para usuários a pé). O sistema de busca Bing da Microsoft (concorrente direto do Google) também está desenvolvendo novas ferramentas de navegação e mapas para os anunciantes, e ampliando rapidamente os diretórios locais.
A firma de pesquisas Borrell Associates prevê que o location marketing poderá movimentar até US$ 4 bilhões em 2015, comparado com apenas US$ 34 milhões em 2009. Esse total inclui investimentos com promoções, eventos e pesquisas. A Borrell avalia que nos próximos anos, o marketing móvel vai dominar o setor de publicidade interativa dos EUA até 2014, com 70% do mercado de US$ 56 bilhões.
Com o crescimento explosivo do acesso à internet em aparelhos móveis, os investimentos em publicidade eletrônica voltada para PCs e outros dispositivos fixos vão ser direcionados para esses novos equipamentos. As agências de publicidade já estão criando novos conceitos de marketing a pleno vapor dentro dessa tendência, o que pode mudar para sempre o triângulo varejo-publicidade-consumidor. O sucesso estrondoso de algumas estratégias sinaliza que os três sairão ganhando com esse novo cenário.
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