A firma de pesquisas IDC acaba de publicar seu estudo Retail Insights, que entrevistou 1.000 consumidores nos EUA com idade acima de 19 anos para avaliar o comportamento dos compradores com o comércio móvel, hoje e no futuro próximo. Segundo Greg Girard, diretor de estratégias de varejo da IDC, os resultados devem ser um alerta para os varejistas adotarem ações imediatas.
Segundo o estudo, o m-commerce está atingindo um patamar de comércio regular nos EUA: 10% dos entrevistados se classificam como "warriors" ("guerreiros") das compras via celular: pessoas hiper-conectadas que fazem uso intensivo das funções de internet de seus smartphones, tablets e outros aparelhos móveis, e que baixam e usam aplicativos especialmente criados para o varejo -- antes, durante e depois da compra. E usam os aparelhos na rua, no automóvel e dentro das lojas.
A segunda categoria é classificada pelo estudo como "mobile shopping wannabes" -- aqueles que ainda não são "warriors", mas pretendem ser no futuro próximo. Esse grupo representa 14% dos consumidores. Eles já usam confortavelmente seus smartphones para pesquisar produtos quando estão fora de casa, e algumas vezes até dentro de lojas. Combinado com os "guerreiros", esses dois grupos representam quase um terço dos consumidores na temporada de fim de ano de 2010.
As outras duas categorias de consumidores apontadas na pesquisa são "mobile if I must" (uso mínimo do celular) e "what's mobile?" (pessoas que praticamente não usam o celular nas compras).
A pesquisa da IDC detectou que adultos jovens, entre 19 e 25 anos, não são líderes isolados nas categorias "warriors" e "wannabes". Na verdade, esses jovens representam 13% dos warriors e 15% dos wannabes. Quase um terço dos "warriors" têm entre 35 e 44 anos, e essa faixa etária representa 25% dos "wannabes". A faixa entre 25 a 34 anos têm a maior representação nessas duas categorias de consumidores móveis.
Um dado surpreendente do estudo é que os warriors e wannabes mais jovens não são tão autoconfiantes quanto os mais velhos em relação ao uso de informações via celular nas compras. Quanto mais velho o usuário entrevistado na pesquisa, maior a chance desse consumidor pedir descontos ao vendedor da loja, baseado em ofertas que ele localizou pelo celular.
A pesquisa da IDC também investigou o impacto dos principais aplicativos no consumo -- incluindo o Red Laser e o ShopSavvy, o novo aplicativo da Amazon.com para iPhone e iPod Touch. Segundo a avaliação, os consumidores com esse tipo de aplicativo no smartphone atingem 3,7 pontos de possibilidade (numa escala de 1 a 5) de adiar a compra ou fazer a compra em outra loja, após consultar os dados no celular. Os "warriors" e "wannabes" são os mais inclinados a mudar planos de compras quando detectam uma alternativa mais atraente em seus celulares.
Esses "guerreiros" e "quase-guerreiros" vão mudar a relação entre lojas e consumidores nos próximos anos. Uma transformação radical causada pela tecnologia: as lojas se transformaram em "caixas de vidro", com o fluxo transparente de informações sobre preços, estoques, promoções e ofertas. Os consumidores mesmo fora do espaço da loja podem visitá-la virtualmente, checando todos os dados importantes através de seus celulares. Dentro da loja, a decisão de compra pode ser influenciada por uma grande variedade de aplicativos ("apps"), criados especialmente para auxiliar nas compras. As lojas tradicionais precisam ficar atentas a essa grande transformação no "arsenal" de seus clientes, e se adaptar para melhor aproveitar essa nova realidade.
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