terça-feira, 8 de novembro de 2011

O Natal do consumidor móvel

Nos EUA, Japão e alguns países da Europa, as festas de fim de ano podem marcar o predomínio dos aparelhos móveis como principal ferramenta dos consumidores nas compras.
Uma previsão da IBM Coremetrics, que estuda dados dos 500 maiores varejistas dos EUA, aponta que neste ano um número recorde de compradores vai usar celulares e tablets como auxílio nas compras.
Segundo John Squire, diretor de estratégia da IBM Coremetrics, os equipamentos móveis de última geração serão uma peça essencial nas compras de final de ano. Squire observou que os consumidores móveis são menos pacientes. Eles compram de modo "cirúrgico" -- uma expressão que vem se popularizando entre os analistas de consumo.  Squire disse que os varejistas terão que se esforçar para atingir os consumidores móveis, com promoções atraentes.
Segundo avaliação da empresa, um consumidor munido de um aparelho móvel passa em média 4 minutos visitando um site de varejo, comparado com cerca de 7 minutos de um usuário com um computador de mesa.
 Além disso, os consumidores móveis tendem a passar menos tempo passeando pela loja virtual, e olham menos itens em exposição. Esse comportamento mais direcionado representa um desafio para os varejistas, que devem adaptar suas campanhas de marketing e toda a linguagem visual dos sites para atrair esses novos consumidores.
Grandes varejistas dos EUA, como Macy's, Nordstrom e  J.C. Penney foram rápidos a notar essa tendência, e lançaram sites especialmente desenvolvidos para esses usuários móveis, com design prático, boa visualização de imagens (tanto em telas pequenas de celulares como em tablets), e facilidades nas transações.
Segundo o estudo da IBM Coremetrics, pela primeira vez na história o percentual de consumidores comprando a partir de seus celulares e tablets deve entrar na marca dos dois dígitos, chegando a 15% do total no final de novembro -- no mesmo período do ano passado, esse número era de 4,5%, e menos de 1% em 2009.
Em outubro deste ano, 9,6% dos compradores online fizeram transações usando aparelhos móveis, comparado com 3,4% em outubro de 2010.
Não são apenas as lojas de departamento que estão atentas à essa tendência de consumo. Varejistas de todos os tamanhos, incluindo o Wal-Mart, Home Depot, Gap, Victoria's Secret e várias redes menores estão direcionando investimentos e marketing para atender o comprador móvel.

A loja de departamentos Sears anunciou na semana passada que suas lojas e as unidades da bandeira Kmart terão "paredes de compras" localizadas em áreas de grande tráfego de usuários, como saguões de cinemas e teatros, aeroportos e estações de trens e ônibus. Esses espaços serão como grandes painéis eletrônicos promovendo produtos, junto com códigos QR que poderão ser lidos por celulares. Basta apontar um celular com câmera para o código de um produto desejado para iniciar a transação.
A Sears é um bom exemplo da importância dessa nova classe de consumidores. A rede registrou quedas nas vendas nas lojas físicas nos primeiros dois trimestres deste ano. Mas em compensação, as vendas eletrônicas cresceram 22% e 30% nos mesmos trimestres.
As vendas eletrônicas no varejo dos EUA devem crescer entre 12% e 15% este ano, estima a IBM. Em comparação, a Federação Nacional de Varejo dos EUA estima um aumento total de vendas de apenas 2,8% em 2011.

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