quarta-feira, 30 de junho de 2010

Varejo precisa correr para pegar a onda da mobilidade

Os varejistas dos Estados Unidos e Europa estão percebendo que os aparelhos móveis (especialmente smartphones 3G como o iPhone) são cada vez mais importantes para os consumidores. Os novos celulares estão abrindo possibilidades inéditas para os clientes e também um filão totalmente novo para as empresas. Varejistas, empresas de tecnologia, desenvolvedores de aplicativos, bancos e operadoras de telefonia apostam no imenso potencial do comércio móvel.
Há muito tempo que os varejistas concordam que o m-commerce é uma ótima ideia, cheia de possibilidades lucrativas. Mas agora há um senso de urgência, motivado por um grande número de fatores. O impacto da crise financeira de 2008/09 sobre o varejo fez as empresas do setor reverem suas prioridades e mudarem o foco de seus investimentos. O comércio digital ganhou relevância inédita por ser mais prático e mais econômico, e também mais sintonizado com uma nova geração de consumidores. E dentro do universo do comércio eletrônico, o varejo móvel desponta como a "jóia da coroa", por libertar o consumidor das restrições do computador de mesa e até do laptop. Os celulares de última geração são a interface ideal entre os varejistas e os clientes.
Há pouco tempo, a cantora Britney Spears divulgou via Twitter algumas imagens de sua linha de roupas para a marca Candie's. As fotos se espalharam como fogo pela rede de usuários móveis, e os itens se tornaram um sucesso absoluto na loja de departamentos Kohl's. Segundo Neil Cole, executiva-chefe da Iconix Brand Group (proprietária da Candie's), um simples tweet de Britney Spears causa a venda de milhares de itens em 24 horas. E esse fenômeno se repete muitas vezes, em várias categorias de consumo.
Segundo Daniel Latev, diretor de pesquisas de varejo da Euromonitor International, a força do m-commerce é cada vez maior. Ele observa que várias grandes empresas com presença consolidada na internet estão percebendo que seus sites de comércio online não são suficientes, e que o comércio via celular é o próximo passo estratégico -- e urgente.
Se os varejistas não se apressarem em suas iniciativas, correm um risco cada vez mais evidente nesse setor: na plataforma móvel, as empresas de tecnologia e os fabricantes de equipamentos têm mais vantagens para criar oportunidades lucrativas. Se o comerciante não agir rapidamente, ele poderá ficar sujeito a acordos onde sua participação será minoritária, enquanto os intermediários levarão a parte do leão.
Essa urgência é atribuída à explosão do iPhone e seus similares: equipamentos poderosos, com interface simples e atraente, por preços relativamente baixos. Essa geração de máquinas "user-friendly", portáteis e acessíveis, está levando os consumidores a uma grande mudança nos hábitos de compras. Comparações de preço no próprio espaço das lojas, verificação de opções de modelos e cores, cupons eletrônicos de descontos, liquidações instantâneas e pagamentos automáticos sem a necessidade de dinheiro, cartões ou documentos são algumas das facilidades criadas por essa nova tecnologia.
Muitos analistas veem a tecnologia do comércio móvel como uma união perfeita. Com o m-commerce, os consumidores podem desfrutar das muitas vantagens de ir pessoalmente à loja ou mercado, onde é possível olhar e tocar os produtos, com um assistente personalizado e portátil, que complementa e facilita a experiência de compra. E esse é possivelmente o melhor dos futuros para o varejo no mundo todo.

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