Como já noticiamos aqui, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) criou no início de abril o o “WebFórum de e-commerce para MPEs”, voltado para micro e pequenas empresas. Esse novo canal permitirá agilidade na troca de informações entre a ACSP e as empresas e estará disponível a partir do lançamento, no endereço on-line www.acsp.com.br/e-commerce.
O Varejo High-Tech conversou com Sandra Turchi, superintendente de marketing da ACSP e idealizadora do projeto. Sandra analisa o impacto da crise financeira sobre as pequenas empresas e avalia que o comércio eletrônico está em franca expansão no Brasil, mas ainda tem muito espaço para crescer e amadurecer.
Varejo High-Tech: Uma crise financeira pode funcionar como estímulo para o varejo aumentar o uso de tecnologias digitais?
Sandra Turchi- Sim, pois possibilita a abertura de mais um canal de vendas para atender clientes atuais, bem como novos. Além disso, provoca custos operacionais menores, o que leva a preços de venda também menores.
VHT: As pequenas e médias empresas estão melhor posicionadas para investir em tecnologia do que as grandes empresas? Em termos de investimentos, seria mais fácil para uma empresa menor se atualizar tecnologicamente?
Sandra - As PMEs têm certas dificuldades para definir os investimentos mais apropriados, pois não há uma equipe voltada para avaliar as opções existentes de forma consistente. Por outro lado, como as decisões são geralmente tomadas pelo dono, isso gera muita agilidade. Embora o aporte necessário para se atualizar é menor, as PMEs podem manter-se mais atualizadas, mas dependerá um pouco da estrutura que existe na empresa focada nesse ponto.
VHT: O e-commerce brasileiro tem mostrado crescimento sólido nos últimos anos, em termos de número de empresas atuantes e faturamento total. É possível dizer que o comércio eletrônico é uma atividade plenamente madura no Brasil?
Sandra - Não, ainda não está maduro, até pelo fato de ainda estar em franco crescimento. Ainda há muitas oportunidades de atuação, em diversas áreas relacionadas ao comércio eletrônico.
VHT: A crise financeira afetou as mídias tradicionais de modo muito mais intenso que as mídias eletrônicas, a internet em particular. Enquanto jornais, revistas e emissoras de rádio e TV sentiram queda no faturamento publicitário, a web continuou exibindo crescimento de dois dígitos em 2008. Essa situação pode se repetir no varejo? As vendas on-line poderão ser mais vigorosas que o varejo tradicional nos próximos anos?
Sandra - As vendas on-line vêm crescendo por diversos fatores, tais como: aumento da participação das classes de baixa renda, redução do receio de fazer transações financeiras on-line, e ainda há muito espaço para crescer. Embora parte dos fatores que influenciam o crescimento do varejo tradicional seja os mesmos on-line, hoje esse crescimento pode ser bastante diferente devido ao estágio de evolução de cada um, dado que o on-line ainda não atingiu maturidade.
VHT: Quais são os principais obstáculos para o crescimento do comércio eletrônico no Brasil? Como esses problemas têm sido enfrentados?
Sandra - Dentre os obstáculos pode-se citar o medo de executar transações financeiras na Web (que já vem mudando), o receio de fraudes relacionadas ao desconhecimento das empresas, ou não entrega dos produtos, por exemplo. Outro ponto, é que ainda grande parte da população não esta on-line. Para enfrentar alguns desses problemas, há entidades voltadas a fortalecer o e-commerce e a certificar empresas que atuam para gerar maior confiabilidade ao processo de compra, além de orientar os consumidores sobre precauções a serem tomadas na escolha das lojas. Porém, ainda há muito a ser feito para ampliar a inclusão digital país afora.
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